
Chefes de Estado se posicionam para a foto final da Cúpula da assinatura solitária
Terminou em pantomima a 5ª Cúpula das Américas, em Trinidad e Tobago.
Dos 34 presentes, só o anfitrião, Patrick Manning, assinou o documento final.
Os outros 33 chefes de Estado esquivaram-se de apor o jamegão na peça.
Um texto que vinha sendo negociado pela diplomacia havia oito meses.
Emendado e remendado nos três dias de Cúpula, ficou com 97 tópicos.
Antes, era 50% mais magro. Apesar disso, achou-se que muito ficou de fora.
Não há no texto, por exemplo, menção a providências relacionadas à crise.
Nada sobre medidas para atenuar os efeitos da encrenca nas nações mais pobres.
Nem sinal de citações a Cuba, excluída da Cúpula e da OEA desde 1962.
Nenhuma linha sobre a promoção dos biocombustíveis, tema caro ao Brasil.
Espremendo-se a declaração final, obtem-se um sumo de três elementos vagos:
1. Promoção da prosperidade humana;
2. Busca da segurança energética;
3. Defesa da sustentabilidade ambiental.
Pouco antes do epílogo, como que farejando o inevitável, Celso Amorim declarou:
"Nunca se viu um clima tão amistoso. Não sei por que precisa assinar...”
“...Normalmente, isso não acontece".
Àquela altura, Lula já perfilava no rol dos que não assinariam.
O primeiro-ministro de Trinidad e Tobago, signatário solitário do texto, saiu-se à Lula:
"Nunca antes havia se chegado a um tal espírito de cooperação".
Devem-se sobretudo a Barack Obama o bom “espírito” e o clima “amistoso”
O presidente dos EUA também não deitou a assinatura sobre o papel.
Mas usou a Cúpula para esfriar a temperatura do caldo ideológico inamistoso.
Obama disse que não concordou com tudo o que ouvira no encontro. Porém...
Porém, falava ao final de "nova direção e nova visão dos EUA".
Recolheu a impressão de que se pode desintoxicar o convívio de Washington com o resto.
Acha que ficou claro claro que é possível por de lado o debate de timbre ideológico.
Coisa inimaginável na era Bush. Sobre Cuba, Obama fez um mea-culpa.
Disse que “não funcionou” a política levada a efeito pelos EUA.
Enxerga “sinais de mudança”. Nada que possa ocorrer “da noite para o dia”, contudo.
Tratou de demarcar o terreno do nascente diálogo com Havana.
“Questões como liberdade de expressão e presos políticos são importantes...”
“...Não podem ser varridas para o lado." Devolveu a bola aos irmãos Castro.
blog do josias
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