
O suplente de suplente Paulo Duque (PMDB-RJ) tem uma visão peculiar sobre as atribuições do Conselho de (a)Ética do Senado.
Acha que não se trata de “órgão punitivo”. Para ele, o conselho “não pode se transformar em delegacia”.
Duque planejara festejar o Dia dos Pais num restaurante. Acabou evitando a vitrine. Recebeu os dois filhos no recôndito de seu apartamento.
Receio do ronco das ruas? “Ao contrário, fui cumprimentado. Ninguém me agrediu”, diz o senador sem voto.
Duque falou ao repórter Élcio Braga. No curso da entrevista, responsabilizou a mídia pelo calvário de Sarney.
“A opinião pública foi manuseada no Rio, Brasília, São Paulo e Minas Gerais contra o atual presidente da Casa. Era um tal de xingar o Sarney!”
Referiu-se à decisão de sepultar todas as ações movidas contra Sarney com naturalidade inaudita.
Disse que o presidente do conselho “tem o poder, só ele, de, apertando o botão, mandar a representação para o arquivo ou dar prosseguimento...”
“...Decidimos 11 processos. Apertei o botão”. Até os ácaros que infestam o carpete do Senado sabem que Duque agiu por encomenda.
Mas o salvador de Sarney anima-se a negar até o que parece inegável: “Ninguém me procurou. Palavra de honra. Tenho cara feia”.
Embora crivado de críticas, o soldado da milícia parlamentar de Renan Calheiros, não hesitou em engavetar também uma ação contra o general de sua tropa.
Acha que o líder do PMDB já arrostara demasiado padecimento. “O Renan já havia sido julgado. O caso dele chegou ao plenário, que é soberano”.
Duque parece orgulhoso de sua obra: “Acredito que essas decisões vão melhorar o Senado”.
Quanto à representação do PMDB contra o líder tucano Arthur Virgílio, simula mistério: “Não posso dizer o que vou fazer. Não seria justo fazer pré-julgamento”.
Duque diz ter desgostado da batalha retórica em que Renan chamou Tasso Jereissati de “coronel de merda” e foi chamado por ele de “cangaceiro de terceira categoria”.
Chega mesmo a considerar que “houve quebra de decoro em série” na fatídica sessão da última quinta-feira (6).
Dá de ombros, porém: “É preciso deixar claro que ali não é a Academia Brasileira de Letras, para se tomar chá”. É, faz sentido...
...Mas, se Duque fosse mais delegado e menos soldado, o plenário do Senado talvez não precisasse assumir as vezes de sucursal de boca de fumo do morro do Alemão.
blog do josias
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