China crema vítimas de terremoto



Cremação
Monges abençoaram corpos antes de serem cremados
Cerca de 700 pessoas que morreram no terremoto de quarta-feira passada no noroeste da China foram cremadas nos arredores da cidade mais afetada, Jiegu, neste sábado.
Depois de serem abençoados por cânticos entoados por monges budistas, os corpos foram colocados em uma vala e cremados.
O número de vítimas do tremor de 6,9 graus de magnitude subiu para mais de 1.400, e mais de 300 pessoas continuam desaparecidas, disseram as autoridades.
O líder espiritual do Tibete, Dalai Lama, disse que gostaria de visitar seu lugar de nascimento para confortar os sobreviventes do sismo.
O Dalai Lama nasceu na província de Qinghai, onde ocorreu o terremoto, mas não voltou à China desde uma fracassada revolta tibetana há mais de 50 anos. A região fica na fronteira com o Tibete e 97% da população de Yushu, o condado onde fica Jiegu, é de etnia tibetana.
Milhares de desabrigados
Tradicionalmente, os funerais tibetanos envolvem partir o corpo em pequenos pedaços que são deixados em uma plataforma para ser devorados por abutres.
Mas as autoridades decidiram cremar as vítimas por medo de que doenças se espalhassem rapidamente.
“Os abutres não vão conseguir comer todos eles”, disse um morador local.
Monges budistas locais construíram uma enorme pira funérea perto da cidade de Jiegu.
Depois do terremoto, muitos moradores da cidade pediram a ajuda dos monges e de suas tradições, em vez de procurar a autoridade central, dominada em sua maioria por chineses da etnia Han.
Milhares de pessoas ficaram desabrigadas depois do tremor, e muitas delas têm passado a noite ao relento em temperaturas congelantes.
As equipes de resgate continuam procurando sobreviventes, mas quatro dias depois da tragédia, as chances de se encontrar alguém com vida sob os escombros em Jiegu são cada vez menores, afirma o correspondente da BBC Quentin Sommerville.
Muitos dos que sobreviveram passaram dias sem abrigo apropriado ou comida. A cidade fica em uma região montanhosa de Qinghai, a 4.000 metros de altitude, onde o ar é rarefeito e a temperatura normalmente cai para abaixo de zero durante a noite.
O governo em Pequim ainda não respondeu à declaração do Dalai Lama de visitar os sobreviventes.
Na declaração, publicada na Índia, onde o líder espiritual tibetano vive exilado, o Dalai Lama disse: “Por causa da distância física entre nós, no momento não estou apto a confortar aqueles que foram afetados diretamente, mas gostaria que eles soubessem que estou rezando por eles”.
O Dalai Lama também elogiou as autoridades chinesas por reagir prontamente ao tremor.
O governo chinês enviou 10 mil soldados e médicos para ajudar, mas a escala da destruição é tão grande, que eles estão enfrentando dificuldades.
As autoridades de Pequim prometeram fazer tudo o que puderem para ajudar as vítimas do tremor e, eventualmente, reconstruir a cidade onde cerca de 87% das construções foram derrubadas.

BBCbrasil

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