Veja quem são as potências nucleares do mundo



da Reuters

Líderes e representantes de 47 países se reúnem nesta segunda-feira em Washington, nos EUA, para a Cúpula de Segurança Nuclear. O evento, realizado pelo presidente americano, Barack Obama, tem como objetivo prevenir o terrorismo nuclear --o acesso de organizações como a rede terrorista Al Qaeda a material e tecnologia nuclear.

Veja quem são as potências nucleares --declaradas ou não-- e seus arsenais:

Potências nucleares oficiais
Estados Unidos

Sob o recém-assinado Start 2, sucessor para Tratado de Redução de Armas Estratégicas de 1991, os EUA e a Rússia se comprometeram a limitar o número de ogivas nucleares operacionais para 1.550 --30% menos do que o limite do tratado assinado em 2002. A meta deve ser alcançada até 2012.

O novo tratado, que foi assinado na semana passada, não irá entrar em vigor sem a sua ratificação pelos legisladores em ambos os países.

De acordo com as regras de contagem do Start, em janeiro de 2009, os EUA tinham cerca de 5.200 ogivas nucleares e 2.700 ogivas operacionais implantadas (2.200 estratégicas e 500 não estratégicas).

O Tratado de Moscou de 2002, oficialmente Tratado de Reduções Estratégicas Ofensivas, ou Sort, entre os EUA e a Rússia, afirma que cada país deve reduzir suas forças nucleares estratégicas implantadas para 2.200 ogivas até 2012.

O discurso de Obama em Praga, em abril de 2009, comprometeu os Estados Unidos com o objetivo de longo prazo de eliminar as armas nucleares americanas.

Rússia

A Rússia tem um arsenal nuclear estimado em cerca de 14 mil armas, embora o total seja incerto já que não há contagem precisa de armas nucleares táticas. Nos termos do disposto no Start, o arsenal nuclear russo foi reduzido para cerca de 3.909 ogivas nucleares estratégicas até janeiro de 2009.

Como signatária do Start 2, a Rússia também deve limitar o número de ogivas nucleares operacionais para 1.550 até 2012.

França

A França faz parte do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (TNP), desde 1992. Em 2008, o presidente Nicolas Sarkozy anunciou que o país não mexeria em seu arsenal de mísseis de submarinos, mas cortaria seu estoque de armas lançadas pelo ar em um terço --para cerca de 290 ogivas.

Em setembro de 2008, a França já tinha reduzido seu arsenal para cerca de 300 ogivas nucleares.

Reino Unido

Seu arsenal nuclear consiste em menos de 200 ogivas estratégica e "sub-estratégica" em mísseis balísticos de quatro submarinos de propulsão nuclear de classe Vanguard.

Como os dois primeiros submarinos da frota serão aposentados em 2024, no início de 2007 os legisladores britânicos aceitaram um plano para criar uma nova classe de submarinos nucleares.

No entanto, com uma nova Revisão Estratégica de Defesa --que deverá ser realizada após as eleições gerais do próximo mês--, o mérito da renovação do Sistema Estratégico Trident do Reino Unido voltará a ser centro de disputa.

China

Estima-se que a China tenha cerca de 250 armas nucleares estratégicas e táticas e estoque de material físsil suficiente para produzir um arsenal muito maior. Ela aderiu ao TNP em 1992, como um Estado nuclear. A China prometeu, assim como fez recentemente os EUA, não usar armas nucleares contra Estados não-nucleares.

Potências nucleares autodeclaradas
Coreia do Norte

A Coreia do Norte prometeu abandonar seu programa nuclear em 2005, mas depois recuou do acordo e realizou testes de dispositivos nucleares em outubro de 2006 e maio 2009.

Ele se recusou ainda a retomar as conversações de seis lados com a Coreia do Sul, China, Japão, Rússia e os Estados Unidos sobre sua desnuclearização.

Especialistas dizem que a Coreia do Norte, que anunciou a sua retirada do TNP em janeiro de 2003, produziu plutônio suficiente para seis a oito bombas.

Índia

A Índia declarou-se formalmente um Estado nuclear e é provável que tenha fabricado plutônio para ao menos cem ogivas. Um relatório de 2007 do Painel Internacional sobre materiais físseis estima que o país tenha entre 50 e 60 ogivas montadas.

Paquistão

Acredita-se que o Paquistão tenha estocado cerca de 580 a 800 kg de urânio altamente enriquecido, suficiente para construir entre 30 e 50 bombas de fissão. De acordo com os Estados Unidos, a China ajudou o Paquistão, fornecendo materiais nucleares, conhecimento científico e assistência técnica.

O fraco histórico do governo do Paquistão em evitar ataques, mesmo contra alvos militares de alta segurança, suscitou a preocupação de que militantes que usam suas áreas tribais remotas como refúgio poderiam penetrar uma instalação nuclear.

Analistas dizem que, embora exista um risco mínimo insurgentes conseguirem míssil nuclear, existe o perigo de que roubem material físsil --que pode ser usado para construir uma "bomba suja".
Nem a Índia, nem o Paquistão são signatários no TNP.

Potências nucleares não declaradas
Israel

Acredita-se que Israel possua um arsenal nuclear considerável, mas o país mantém uma política de ambiguidade nuclear.

Com base nas estimativas da capacidade de produção de plutônio do reator de Dimona, Israel teria entre cem e 200 dispositivos nucleares explosivos avançados.

Oficialmente, Israel declarou que não será o primeiro a introduzir armas nucleares no Oriente Médio. O país, contudo, não assinou o TNP e seu premiê, Binyamin Netanyahu, faltará à cúpula com medo de que países árabes e muçulmanos pressionem a comunidade internacional a forçar Israel a assinar o documento.

Irã

O Irã é signatário do TNP desde 1970. A República Islâmica tem um programa de enriquecimento de urânio, que diz ser unicamente para fins pacíficos.

As potências ocidentais suspeitam que o Irã está tentando desenvolver os meios para fazer bombas atômicas, por causa de seu fracasso passado em declarar as instalações nucleares para a agência nuclear da ONU e restrições contínuas sobre as inspeções do órgão internacional.

O Irã está sob três rodadas de sanções do Conselho de Segurança da ONU por se recusar a suspender o enriquecimento de urânio e os Estados Unidos estão liderando um esforço para impor novas medidas punitivas contra Teerã.

Funcionários do governo americano citam estimativas de que o Irã poderia ter uma arma nuclear em meados desta década.

Fontes: Reuters, www.nti.org (Iniciativa de Ameaça Nuclear), Serviço de Pesquisa do Congresso

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