Após 3 dias de violência, ao menos 30 morrem nas ruas da Jamaica

DA REUTERS, EM KINGSTON
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS


Ao menos 30 pessoas morreram --28 delas civis-- em três dias de violência na Jamaica causada por medidas do governo para extraditar um suposto alto traficante aos Estados Unidos, afirmou a polícia nesta terça-feira.

O diretor de comunicações da polícia, Karl Angell, informou que 26 civis foram mortos e outros 25 ficaram feridos na favela Tivoli Gardens, no oeste de Kingston, onde soldados e policiais fortemente armados realizaram buscas pelo traficante Christopher "Dudus" Coke nesta segunda-feira. No entanto, o suspeito não foi encontrado pela polícia.

O número de mortos inclui três membros das forças de segurança, que estão realizando buscas por Coke nesta terça-feira, enquanto focos de violência continuam em partes da capital da ilha caribenha.

Angell disse que a polícia deteve mais de 200 pessoas e apreendeu armas.

Os outros dois civis foram mortos por supostos simpatizantes de Coke na cidade de Spanish Town, a 22 quilômetros de Kingston, na noite de segunda-feira, disseram autoridades.

O aumento no número de mortes ocorre após relatos de moradores sobre vários civis feridos durante a operação de segunda-feira na favela Tivoli Gardens. Alguns dos relatos sugerem que helicópteros militares lançaram explosivos no precário distrito.

Tensão

A onda de violência, que inclui embates entre a polícia e jovens armados nas ruas, teve início quando supostos simpatizantes de Coke atacaram cinco delegacias policiais e realizaram saques no centro de Kingston no domingo.

Procuradores norte-americanos descrevem Coke como líder do grupo "Shower Posse", que matou centenas de pessoas a tiros durante as guerras da cocaína nos anos 1980.

O governo declarou estado de emergência limitado no oeste de Kingston e em outro distrito em reação à violência.

O primeiro-ministro jamaicano, Bruce Golding, prometeu "ação forte e decisiva" para restabelecer a ordem.

Buscas

As buscas pelo narcotraficante "Dudu" contam com a apoio de tropas do Exército e de helicópteros e movimenta a Jamaica desde o final de semana passado.

A situação começou a se deteriorar ainda na sexta-feira (21), quando a polícia invadiu o subúrbio de Tivoli Gardens, a oeste de Kingston, para tentar prender o chefe do narcotráfico.

"Dudu" está refugiado na favela de Tivoli Gardens desde que o governo da Jamaica assinou a ordem para sua extradição, na semana passada.

Popular por sua política de assistência aos jamaicanos pobres, "Dudu" é procurado nos Estados Unidos por tráfico de drogas e de armas, e pode ser condenado à prisão perpétua caso seja extraditado para ser julgado numa corte norte-americana.

Alerta

Mais cedo, a polícia pediu que as pessoas permanecessem em casa e advertiu que, após os confrontos do fim de semana, "o nível de ameaça agora é grave".

As autoridades deram ordens de ataque aos policiais e disseram que caso sofram retaliações dos homens de "Dudu" devem se defender abrindo fogo.

"Fica claro que [os defensores do traficante] estão empenhados em causar caos na sociedade com suas ações premeditadas, vis e frias contra a polícia", disse o delegado de polícia, Owen Ellington.

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