Bolívia nacionaliza quatro empresas de energia elétrica


Soldados em frente à sede da ELFEC
Sedes das empresas amanheceram cercadas por soldados
O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou, neste sábado, em Cochabamba, no centro do país, a estatização de quatro empresas do setor de energia elétrica.
Uma das companhias tinha maioria acionária da francesa GDF e outra era controlada pela britânica Rurelec. As outras duas eram bolivianas, mas com capitais americano, espanhol e suíço.
Após assinar os decretos, na presença de soldados do Exército e da polícia, Morales disse que o Estado passa assim a “controlar 80% da produção de energia elétrica” do país.
“Estamos recuperando a luz para todos os bolivianos e bolivianas. O Estado Plurinacional controla agora 80% da energia produzida em toda a Bolívia. Mais cedo ou mais tarde, serão 100%”, afirmou.
Evo Morales prometeu ainda a redução em 20% nos preços das tarifas para os consumidores.
'Incertezas'
Segundo o analista e ex-secretário de energia boliviano Carlos Alberto López, as empresas estatizadas foram “capitalizadas” pelo então governo do ex-presidente Gonzalo Sanchez de Lozada, em 1994.
Na ocasião, 49% do pacote acionário foi destinado aos fundos de pensão e aposentadorias.
No ano passado, ao fazer o primeiro anúncio sobre a nacionalização, Evo Morales tinha aberto a negociação com as empresas privadas, que controlam essas companhias com a maioria acionária.
Para López, tudo indica que não houve entendimento.
“Não está claro se o governo vai ficar com o percentual que falta para ter a maioria acionária dessas companhias ou se estatizará tudo”, disse o analista à BBC Brasil.
Segundo ele, os anúncios têm “gerado incertezas” entre investidores e ainda podem provocar queda nos investimentos.
“Depois da nacionalização do setor petroleiro (em 2006), por exemplo, importamos gasolina e diesel da Venezuela, e gás de cozinha da Argentina. Eram produtos que antes exportávamos”, afirmou.

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