Juiz do TRE e ex-presidente do Focco tem esposa entre comissionados na prefeitura de JP

O juiz eleitoral e presidente do Fórum de Combate a Corrupção (FOCCO), João Ricardo Coelho, possui sua esposa e sócia, Lílian Paiva Rocha Coelho, na Diretoria de Recursos Humanos na Prefeitura de João Pessoa. A contratação de Lílian não é ilegal e inclusive é anterior a sua nomeação como membro da corte do TRE, mas naturalmente o fato surge como inevitável questionamento para advogados que porventura venham a ter ações contra a prefeitura de João Pessoa ou mesmo contra ex-prefeito Ricardo Vieira Coutinho (PSB), julgadas por João Ricardo.

A relação entre membros do Judiciário e gestores públicos vem gerando queixas de diversos agentes políticos na Paraíba, mas tal convivência está muito longe de acabar.

A empresa da qual Lílian e João Ricardo são sócios é a Rocha & Coelho, que foi fundada em 1995, no Rio de Janeiro, sendo transferida dois anos depois para João Pessoa.

Além dos salários aos quais tem direito, a esposa do juiz recebeu R$ 1.209,70, em novembro de 2009, referente ao pagamento de cinco diárias. Já em setembro do mesmo ano, a comissionada recebeu R$ 967,76, que corresponde a mais 4 diárias, além de R$ 719,04, pagos em julho, referentes a duas diárias de viagem a Brasília. Experiência

Uma coisa que não falta a Sra. Lílian é experiência na área de recursos humanos, conforme mostra o site da empresa que mantém em sociedade com o juiz do TRE.

“- Psicóloga formada pelo Centro Universitário de João Pessoa - UNIPÊ em 1977, com IAG-MASTER em administração de empresas pela PUC-RJ e pós-graduação em ergonomia, pela FGV-RJ.

- 15 anos de experiência como gerente de recursos humanos, adquirida em empresas nacionais e multinacionais como: Grupo Geral de Industrias, Nutricia S.A., General Eletric do Brasil, Grupo Veplan.

- Amplos conhecimentos de administração de pessoal (rotinas trabalhistas, rotinas previdenciárias, negociação sindical, serviços de segurança e medicina do trabalho), recrutamento e seleção de pessoal, treinamento, benefícios, cargos e salários.

- Sólidos conhecimentos na criação e implantação dos setores acima mencionados, objetivando um ambiente mais adequado ao desenvolvimento da empresa e consequentemente um aumento da produtividade, através da satisfação dos funcionários.

- Teve sob sua supervisão direta 123 funcionários e indiretamente gerenciou 3.500 profissionais.

- Como consultora atuou junto a uma das maiores empresas de consultoria de recursos humanos do Brasil, Grupo Catho, desenvolvendo trabalhos de treinamento gerencial, outplacement (recolocação) e headhunters (seleção). Prestou serviços a diversas empresas do eixo Rio - São Paulo.

- Durante 02 anos foi responsável por toda a organização de conferências e seminários com palestrantes nacionais e internacionais, tendo como participantes cerca de 250 pessoas em cada evento.

- Atua como consultora há mais de 10 anos, desenvolvendo trabalhos de diagnose organizacional, recrutamento, seleção de pessoal, recolocação de executivos, orientação vocacional, treinamento, avaliação e implantação de benefícios, elaboração e implantação de cargos e salários, terceirização de todas as rotinas do setor de pessoal, pesquisa de mercado, organização de eventos empresariais: congressos, seminários, “workshop”.

- Membro da diretoria da Associação Brasileira de Recursos Humanos Seccional da Paraíba – ABRH.”

Atuação de João Ricardo Coelho no “Caso dos Brindes”

Considerado homem de reputação ilibada e com postura extremamente séria, João Ricardo Coelho teve pelo menos uma postura que irritou os adversários do ex-prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho (PSB), no polêmico “caso dos brindes”.

Na sessão em que o TRE determinou o retorno da ação a 64 Zona Eleitoral, João Ricardo foi um dos que votou contra.

No processo é investigada a participação do socialista em distribuição de brindes na época da campanha eleitoral em que foi reconduzido ao governo municipal. A Corte decidiu por 4 votos a 2 pelo retorno do processo a primeira instância.

O relator do processo na época, desembargador Nilo Ramalho, o corregedor Carlos Sarmento, o juiz Carlos Neves e o desembargador Leôncio Teixeira, alegaram que houve quebra do processo legal na apreciação do processo na 64ª zona, onde não foi concedido o pleno direito de defesa.

O juiz João Ricardo Coelho foi contrário ao retorno do processo.

Ação chegou a tramitar no TSE

O próprio Tribunal Superior Eleitoral chegou a se pronunciar mantendo o entendimento do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) de reabrir processo dos brindes.

Na ocasião, o desembargador Nilo Ramalho votou pelo retorno do processo a zona eleitoral de origem para que as partes fossem novamente ouvidas, mas o então prefeito recorreu e teve o recurso negado pelo TSE.


Redação com ClickPB

0 comentários:

Postar um comentário