Manifestantes protestam no Cairo (Egito) contra ataque israelense a navios com ajuda humanitária; Israel defendeu ação

DA EFE, NA ONU
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Publicidade
Israel assegurou nesta segunda-feira, perante o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), que os navios com ajuda humanitária buscavam romper o bloqueio a Gaza e que os ativistas a bordo atacaram os soldados, que responderam em legítima defesa.

O Exército de Israel atacou na madrugada desta segunda-feira um comboio de barcos organizado pela ONG Free Gaza, um grupo de seis navios, liderados por uma embarcação turca, que transportava mais de 750 pessoas e 10 mil toneladas de ajuda humanitária para a faixa de Gaza, deixando ao menos dez mortos e cerca de 30 feridos.




"Os seis navios da flotilha tentaram romper o bloqueio marítimo de Israel a Gaza. Essa flotilha não estava só em missão humanitária", defendeu o embaixador adjunto de Israel na ONU, Daniel Carmon, que participou da reunião convocada hoje a pedido de turcos, libaneses e palestinos.

O grupo tentava furar o bloqueio de Israel à entrega de mercadorias aos palestinos. De acordo com a imprensa turca o ataque ocorreu em águas internacionais, mas as forças de defesa de Israel mantêm que as embarcações tinham invadido seu território.

Acusações

O diplomata israelense mencionou várias vezes declarações publicadas na imprensa dos organizadores da operação, como as de Greta Berlin, uma das porta-vozes da missão humanitária.

"Greta Berlin disse na semana passada que o objetivo não era só levar ajuda humanitária, mas também romper o bloqueio", assinalou o representante de Israel, que indicou que "os ativistas agrediram os soldados, que responderam em sua própria defesa".

"Não eram ativistas, nem mensageiros da paz, mas cinicamente" se serviram dessa denominação para tentar romper o bloqueio marítimo, acrescentou Carmon, para quem "o bloqueio é legítimo".

Além disso, qualificou a organização turca IHH de ser um grupo "de radicais antiocidentais que apoiam o Hamas e que têm, entre eles, elementos jihadistas próximos à Al Qaeda".

Segundo ele, "não há crise humanitária em Gaza", e o próprio coordenador especial da ONU para o Oriente Médio, Robert Serry, disse que houve avanços recentemente.

Reação na ONU

Já o representante palestino perante a ONU, Riad Mansour, pediu uma resposta firme do Conselho de Segurança perante o que qualificou de "massacre", e pediu que os responsáveis sejam levados à Justiça.

O chanceler turco, Ahmet Davutoglu, que participou dos debates no conselho, qualificou o incidente de "assassinato realizado por um Estado" e exigiu ao governo Binyamin Netanyahu que peça desculpas imediatas pelo ocorrido.

Davutoglu pediu também a abertura urgente de uma investigação internacional, assim como uma ação legal "contra os autores e as autoridades responsáveis", além do fim do bloqueio a Gaza.

Já o embaixador adjunto dos Estados Unidos na ONU, Alejandro Wolff, ressaltou que Washington espera "uma investigação crível e transparente", ao tempo que pediu ao governo Netanyahu que abra também sua própria avaliação oficial do caso.

0 comentários:

Postar um comentário