Um grupo de cerca de 7.000 manifestantes enfurecidos agrediram nesta quinta-feira o governador de uma localidade do sul do Quirguistão, que tentava acalmar o grupo e diminuir a tensão com as minorias uzbeques.
O grupo se reuniu em uma pista de corridas de cavalo nos arredores de Jalalabad para exigir a prisão e a punição dos responsáveis pela morte de duas pessoas nos confrontos da véspera entre quirguizes e a minoria uzbeque. Os quirguizes acusam os uzbeques pelas mortes.
Quando o governador Bektur Asanov tentou conversar com a multidão, manifestantes o atacaram e destruíram uma ambulância que iria levá-lo ao hospital. Os manifestantes tentaram ainda incendiar o carro de Asanov.
Mais tarde, o ministro de Defesa, Ismail Isakov, enviado à região pelo governo interino quirguiz, tentou acalmar a multidão e foi recebido a pedradas.
Manifestantes, muitos dos quais viajaram de vilas distantes, deram a Isakov 24 horas para encontrar aqueles que atiraram contra os quirguizes. Eles não disseram qual seria o próximo passo se as demandas não fossem atendidas.
Na quarta-feira, uma testemunha ouvida pela Reuters relatou tiros na universidade de Jalalabad, patrocinada pelo líder uzbeque local Kadyrzhan Batyrov, depois de uma multidão quirguiz invadir o lugar armados com pedras.
Uma das vítimas foi morta a tiros e a outra morreu de traumatismo cerebral, segundo o Ministério de Saúde. Outras 74 pessoas ficaram feridas.
Kurmanbek Bakiyev foi deposto após manifestações da oposição na capital quirguiz, Bishkek, em 7 de abril, marcadas por violentos confrontos que deixaram ao menos 85 mortos. Rosa Otunbayeva, ex-ministra de Relações Exteriores, assumiu como chefe do governo provisório autoproclamado e prometeu eleições em outubro deste ano.
Acossado e sem o apoio da Rússia, Bakiyev se rendeu e assinou carta formal de renúncia no último dia 16. Ele se refugiou no exterior, primeiro no Cazaquistão e a seguir em Belarus.
Com agências internacionais
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