Recluso ditador norte-coreano visita a China


da Reportagem Local

O ditador norte-coreano Kim Jong-il, que quase dois anos mantém-se recluso, chegou à China na madrugada desta segunda-feira para uma visita a sua maior aliada, informou o Serviço de Turismo chinês em Dandong, na fronteira entre os dois países.

"Kim Jong-il chegou às 5h [18h00 deste domingo no horário de Brasília]", declarou uma fonte do serviço na Ponte da Amizade, que une China e Coreia do Norte, em Dandong, na Província chinesa de Liaoning.
AP
Ditador norte-coreano Kim Jong-il, com os tradicionais óculos escuros, está em visita oficial não anunciada à China, maior aliada
Ditador norte-coreano Kim Jong-il, com os tradicionais óculos escuros, está em visita oficial não anunciada à China, maior aliada
As operações turísticas chegaram a ser interrompidas durante a manhã, mas já foram retomadas na área, segundo a mesma fonte.
A agência de notícias sul-coreana Yonhap já havia informado que um trem, provavelmente com o dirigente norte-coreano, chegara à fronteira com a China durante a manhã e que o destino final seria Pequim.

Kim se reuniu com líderes locais em Dandong, segundo o Centro de Informação para Direitos Humanos e Democracia, que cita fontes na cidade fronteiriça.

O trem então se dirigiu à cidade portuária de Dalian, afirma a Yonhap. Um comboio de 15 limusines foi visto chegando ao hotel de cinco estrelas Furama.

A TV YTN exibiu imagens borradas de um homem com óculos de sol em frente ao hotel e identificou-o como Kim.
A telefonista do hotel, onde a suíte presidencial custa mais de US$ 2.100 disse à Associated Press que a segurança foi reforçada, mas não quis dizer se Kim era esperado.

Não houve menção à viagem de Kim à China em mídia estatal norte-coreana, que normalmente relatórios sobre suas viagens depois que ele volta para casa.

Autoridades sul-coreanas disseram que não podiam confirmar o paradeiro de Kim. Um porta-voz do Serviço de Inteligência Nacional, a principal agência de espionagem, disse que estava investigando se Kim estava a bordo do trem.

Uma viagem de Kim a China já havia sido citada pela imprensa da Coreia do Sul e do Japão nas últimas semanas.

Kim, que não viaja de avião, já havia visitado a China de trem em 2000, 2001, 2004 e 2006. Desta vez, a visita ocorre em meio aos esforços para a retomada do diálogo de seis partes, que inclui ainda Japão, Estados Unidos, Coreia do Sul e Rússia, pela desnuclearização de Pyongyang.

As conversas de seis partes foram interrompidas há cerca de um ano, quando Pyongyang disse que boicotaria as sessões até que Washington encerasse as "atitudes hostis". Iniciadas em 2003, as conversas têm como objetivo obter do regime norte-coreano a renúncia de suas ambições atômicas em troca de uma ajuda no campo energético.

Em 6 de outubro de 2009, Kim condicionou seu retorno ao diálogo de seis lados ao resultado de negociações prévias com os EUA. O país convidou então o emissário americano para tentar reativar as conversações sobre a questão nuclear.

Pyongyang, contudo, não se mostra disposta a cumprir as exigências americanas e as tensões são cada vez mais elevadas com a vizinha Coreia do Sul, após um navio da Marinha naufragar e matar ao menos 46 marinheiros. Seul especula que o naufrágio foi causado por um torpedo norte-coreano.

Os rumores da viagem de Kim, 68, circulam há meses. Havia dúvidas, contudo, de que ele viajaria com a saúde debilitada --rumores indicam que ele sofreu um derrame em agosto de 2008.

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