Eleições 2010 só perdem para 1989 em número de candidatos na corrida presidencial


As eleições de outubro deste ano só perdem em número de candidatos para 1989, quando 22 políticos participaram da corrida rumo à Presidência. Até agora, 13 pré-candidatos estão inscritos para disputar a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Cientistas políticos ouvidos pelo R7 consideram o número positivo porque defendem que o eleitor ganha com a diversidade. 

Para o professor de política da FESP (Fundação Escola de Sociologia e Política), José Paulo Martins Júnior, o fato é um reflexo natural da democracia. 

- Para o eleitor, é interessante. Os candidatos menores acabam colocando questões interessantes. Isso é democracia. É problemático apenas para os meios de comunicação, que tem que cuidar da isonomia na cobertura. 

O professor aposentado de Ciência Políticas da UNB, David Fleischer, lembra que a diversidade também se dá nos Estados Unidos, apesar de muitos acharem que a eleição é polarizada entre republicanos e democratas. 

- Todo mundo acha que só tem dois candidatos nos EUA, mas nas últimas eleições tinha seis ou sete. É que lá é mais difícil registrar candidaturas [...] Por causa da democracia, tem que ter liberdade [...]. Quanto mais, melhor porque tem mais opções. 

Os dois especialistas, no entanto, discordam ao tentar explicar o “boom” de candidatos. Para Martins Júnior, trata-se de uma consequência das principais candidaturas terem migrado para o centro. Segundo ele, os extremos (esquerda direita) ficaram vazios e acabaram sendo ocupados por partidos pequenos e mais radicais. 

Já Fleischer acredita que o fim da verticalização (obrigatoriedade de os partidos fecharem as mesmas alianças na chapa nacional e estadual) estimulou as legendas nanicas a lançarem candidaturas próprias. 

Votos ainda nos principais 

O grande número de candidatos pode dar a impressão que a disputa será acirrada, mas Martins Júnior alerta para a concentração de votos, que, segundo ele, vem aumentando desde 1994. 

- Desde 1994 há um crescimento na concentração dos votos. Mais de 90% votam nos dois principais partidos, que seriam os de Serra e Dilma. 

R7

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