Após 8 meses no poder, o impopular premiê do Japão, Yukio Hatoyama, renuncia

DA EFE, EM TÓQUIO


A executiva do governista Partido Democrático do Japão apresentará sua renúncia antes da escolha do novo premiê, que será o sucessor de Yukio Hatoyama que renunciou nesta segunda-feira, informou nesta quarta-feira a rede de televisão "NHK".

Segundo a emissora pública, os principais membros do PD, incluindo seu poderoso secretário-geral, Ichiro Ozawa, deixarão seus cargos para permitir a escolha da nova cúpula da formação, possivelmente na próxima sexta-feira.

O novo presidente do partido (cargo que até agora era ocupado por Hatoyama) será apresentado como candidato a chefe de governo perante o Parlamento japonês, onde tem o respaldo assegurado, já que o PD conta com maioria absoluta na Câmara Baixa.

O próprio Hatoyama tinha pedido a renúncia de Ozawa, homem forte do partido e responsável pela vitoriosa campanha eleitoral em agosto do ano passado, que teve a imagem abalada por um escândalo de fundos, assim como aconteceu com o premiê.

O principal partido da oposição no Japão, o PLD (Liberal-Democrata), reivindicou a dissolução da Câmara Baixa e a convocação de eleições antecipadas, algo que o PD não deve fazer.

O PLD, que governou o país asiático durante mais de meio século até a vitória de Hatoyama no final de agosto, tinha criticado duramente a decisão do primeiro-ministro de manter uma base americana na ilha de Okinawa (sul do país), descumprindo assim sua promessa eleitoral.

O partido de Hatoyama tem maioria absoluta na Câmara Baixa, enquanto na Câmara Alta, que será parcialmente renovada em eleição prevista para julho, precisa do apoio de outras forças minoritárias.

O anúncio do primeiro-ministro aconteceu depois que, neste domingo, o esquerdista Partido Social Democrata (PSD), um dos dois parceiros minoritários do Governo, anunciou sua saída da coalizão governante por sua oposição à permanência da base dos EUA em Okinawa.

O porta-voz do governo, Hirofumi Hirano, considerou que a renúncia de Hatoyama é "muito decepcionante", e disse que sente "responsabilidade" pelo fracasso no respaldo ao primeiro-ministro.

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