Em silêncio e abalada, seleção brasileira volta para casa após eliminação

Daniel Gallas
Enviado especial da BBC Brasil a Johanesburgo


Jogadores da seleção brasileira embarcam em ônibus em Porto Elizabeth (foto: Reuters)
Jogadores da seleção brasileira embarcam em ônibus em Porto Elizabeth (foto: Reuters)
A seleção brasileira deixou Johanesburgo neste sábado em voo fretado rumo ao Brasil, após a eliminação da Copa do Mundo, sofrida no dia anterior.
Mantendo a mesma postura isolada desde o começo da preparação para a Copa, os jogadores deixaram a África do Sul sem falar com torcedores ou jornalistas.
Ao longo dos 36 dias de preparação para a Copa na África do Sul, o Brasil evitou o contato com torcedores, restringiu o acesso dos jornalistas aos jogadores e à comissão técnica, e se manteve praticamente o tempo todo concentrada em hotéis. A mesma reclusão foi usada ao deixar o país neste sábado.
A CBF ainda não confirmou a situação de Dunga, que só tinha compromisso com a seleção até o final da Copa, mas o treinador deve mesmo deixar a seleção e até falou em tom de despedida logo após a derrota brasileira para a Holanda.
O presidente da entidade, Ricardo Teixeira, deve tratar do assunto a partir da próxima semana. Ele foi um dos poucos da CBF que ficou em Johanesburgo. Na próxima quinta-feira, a entidade lançará a logomarca da Copa de 2014, com presença do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e várias autoridades da Fifa.
Em agosto, a seleção brasileira realizará um amistoso nos Estados Unidos e existe a expectativa de que a equipe já tenha um novo treinador até lá.
Tristeza
No sábado, a seleção amanheceu ainda em Porto Elizabeth, palco da derrota por 2 a 1 para a Holanda. A CBF informou que muitos jogadores não conseguiram dormir direito, ainda abalados com a eliminação.
Ao se encontrarem no saguão do hotel, de manhã cedo, os jogadores evitaram comentar sobre a partida entre si, mas o assunto era inevitável.
"Juan, aquela bola do primeiro gol saiu de uma falta curta. A gente treinou tanto isso", lamentou-se o goleiro Júlio César em conversa com o zagueiro da Roma e com Gilberto e Elano, segundo informou a CBF. "Cheguei a pensar que faríamos o segundo gol. Mas logo vi que o time tinha sentido demais o gol, que se abateu no campo."
No jantar da noite anterior, o goleiro rompeu o silêncio na sala e liderou uma homenagem do grupo ao técnico Dunga.
Na saída do hotel em Porto Elizabeth, na tarde deste sábado, os jogadores e a comissão técnica foram aplaudidos pelos funcionários do hotel.
Eles seguiram para Johanesburgo, onde aguardaram por cerca de duas horas até embarcarem no voo para o Brasil, onde farão duas escalas. A chegada está prevista para as 2h40 no Rio de Janeiro e 4h15 em São Paulo (horário de Brasília). No Rio de Janeiro, eles devem ser recebidos pelo ministro dos Esportes, Orlando Silva, em nome do presidente Lula. Dunga deve seguir para sua casa em Porto Alegre ainda no domingo.

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