Embaixada do Irã nega execução de mulher por apedrejamento


 DA EFE, EM LONDRES (REINO UNIDO)

Embaixada do Irã em Londres, no Reino Unido, garantiu nesta sexta-feira que Sakineh Mohammadi Ashtiani, acusada de adultério, não será executada por apedrejamento. A sentença cruel foi denunciada por um ativista há quatro dias e, desde então, Estados Unidos, Reino Unido e organizações de todo o mundo emitiram pedidos públicos contra o apedrejamento.

Em comunicado, a embaixada iraniana diz que são as informações divulgadas sobre o apedrejamento da mulher são falsas e que este tipo de castigo não é aplicado no Irã.

Mina Ahadi, chefe do Comitê Internacional contra o Apedrejamento e a Pena de Morte, denunciou na segunda-feira passada (5) que Sakineh havia sido condenada ao apedrejamento. A ONG Anistia Internacional, citando o código penal iraniano, afirma que ela seria enterrada até o peito, para então ser alvo de pedras que serão atiradas contra ela serão grandes o suficiente para causar dor, mas não tão grandes para matá-la imediatamente.

Segundo o advogado de direitos humanos Mohammad Mostafaei, ela foi forçada a confessar o crime após 99 chibatadas. Posteriormente, ela retirou a confissão e negou ter feito qualquer coisa errada. Ele acredita que a língua foi um obstáculo para sua cliente compreender o processo judicial, já que ela é descendente de azerbaijões e fala turco, não farsi.

Ahadi denunciou ainda que Ashtiani não teve, como exige o artigo 74 do código penal iraniano, ao menos quatro testemunhos para provar o adúltero. Ela afirmou que, em geral, maridos forjam histórias desse tipo para se livrar do casamento.

A embaixada negou as acusações. "É sabido que esse tipo de castigo quase não foi aplicado no Irã", assinala a nota, acrescentando que o apedrejamento não é mencionado no projeto de Código Penal Islâmico estudado atualmente o Parlamento iraniano.

Ativistas anunciaram protestos para esta sexta-feira e sábado junto às embaixadas do Irã em Londres e em outras capitais ocidentais.

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