MP investiga no sul, empresas por fraude em merenda; SP Alimentação opera na PMJP

Clilson Júnior 
ClickPB 

A empresa SP alimentação que fornece merenda à prefeitura de João Pessoa agora está sendo investigada por envolvimento em outro processo fraudulento de fornecimento de merenda escolar. Promotores de São Paulo e de Minas Gerais apreenderam na quinta-feira (1º) documentos em empresas suspeitas de pagar propina para fornecer merenda escolar em 30 prefeituras. Segundo o Ministério Público, o esquema se intensificou nos últimos anos. 

Duas das empresa envolvidas já são bastante conhecidas no Brasil., trata-se da SP Alimentação, empresa que também sofre investigações sobre o processo licitatório da merenda escolar na Prefeitura Municipal de João Pessoa, realizado no final de dezembro do 2008. Em novembro o TCU condenou a pregoeira e ex-secretária do ex-prefeito Ricardo Coutinho por irregularidades apresentadas na licitação que resultou no contrato com a empresa “SP Alimentação” para o fornecimento da merenda escolar em todas as escolas da capital paraibana. 

Outra empresa envolvida nas investigações que também manteve contrato com a prefeitura de João Pessoa na administração de Ricardo Coutinho, é a Geraldo J. Coan. As emrpesas são acusadas de financiarem campanhas de candidatos a prefeito que, quando eleitos, retribuem contratando essas empresas para fornecer merenda

Leia abaixo matéria publicada hoje no G1: 

MP investiga empresas por fraude em merenda escolar em SP e MG

Promotores de São Paulo e de Minas Gerais apreenderam na quinta-feira (1º) documentos em empresas suspeitas de pagar propina para fornecer merenda escolar em 30 prefeituras. Segundo o Ministério Público, o esquema se intensificou nos últimos anos. 

As empresas investigadas são: Gourmaitre, Ceazza e Verdurama, do Grupo SP Alimentação; Geraldo J. Coan; Nutriplus; Eb Sistal; Convida Denadai; e Terra Azul 

A investigação começou em 2008. De acordo com os promotores, as empresas financiam campanhas de candidatos a prefeito que, quando eleitos, retribuem contratando essas empresas para fornecer merenda. 

Ainda segundo o Ministério Público, elas pagam propina de 5% a 15% para integrantes do governo. Para justificar a saída do dinheiro, compram notas frias. 

“Em grande parte desses alvos nós notamos que os fornecimentos eram fraudulentos, ou seja, não houve fornecimento, houve emissão de nota fiscal”, disse Antonio Moura, diretor da Secretaria da Fazenda de São Paulo. 

Pelas contas da Promotoria, desde 2007 o total da propina paga a 30 prefeituras paulistas e mineiras pode chegar a R$ 300 milhões. “O empresário se locomovia até onde há o fornecimento da merenda e entregava o dinheiro em mãos para um representante da municipalidade. O pagamento era em espécie e em reais”, disse o promotor Arthur Lemos Júnior. 

Na cidade de São Paulo, o esquema de pagamento de propina existe desde 2001 e se intensificou de 2007 pra cá, segundo os promotores. De acordo com as investigações, as empresas pagavam R$ 6 milhões por ano a integrantes da administração municipal. 

Entres os investigados por improbidade administrativa estão o prefeito Gilberto Kassab e o secretário de educação, Alexandre Schneider. Eles são apurados “por manterem essas empresas contratadas, apesar do aviso, apesar da recomendação, apesar dos documentos enviados pelo Ministério Público no sentido de que essas empresas pagaram propina no município de São Paulo anteriormente”, completou o promotor Silvio Marques. 

O prefeito, porém, afirmou que sua gestão colabora com a promotoria. “Todas as ações do MP em relação a nossa administração tem tido total cooperação da gestão e continuará sendo assim para que não paire nenhuma dúvida em relação à correção de nossos atos, a sua seriedade, o bom uso do recurso público”, afirmou Gilberto Kassab. 

O secretário de educação, Alexandre Schneider, está de férias fora do país e não se pronunciou sobre a denúncia. 

Das empresas investigadas, a Nutriplus informou que nunca participou de qualquer grupo voltado a combinar preço em licitações e que o respeito à lei é primordial para qualquer instituição. 

A reportagem tentou falar com os diretores da Coan Distribuidora de Alimentos, que teve documentos apreendidos no município de Tietê, mas ninguém quis falar sobre o caso. As outras empresas citadas na investigação não foram encontradas. 

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