Museu expõe mistérios sobre o conde Drácula

O Museu Nacional de Arte da Romênia (MNAR) inaugurou na sexta-feira (9), em Bucareste, uma exposição que mostra com profundeza e rigor a origem histórica e como foi desenvolvida a lenda de Drácula.

Até 10 de outubro no centro da capital romena, a lenda de Drácula iluminará uma viagem histórica a uma região e época tão brutais como fascinantes.

Estruturada em quatro partes, a exposição conta em seu primeiro lance a história de Vlad III Drácula - filho do Dragão ou do Diabo -, o senhor feudal da região da Transilvânia que no século XV se aliou e lutou com os conquistadores turcos e húngaros, segundo a conjuntura.

"A crença nos vampiros foi vinculada injustamente a ele, que lutou contra o Império Otomano e não contra mortos vivos e vampiros", declarou Martin Eichtinger, ex-embaixador da Áustria em Bucareste e um dos impulsores do projeto.

"Na realidade, era um lutador pela liberdade, tirano, impiedoso, um político de ordem", acrescentou o diplomata.

Os organizadores atribuem a reputação sinistra de Vlad III às crônicas dos colonos germânicos que se estabeleceram na região, que teriam sofrido as restrições comerciais e os ataques militares do célebre caudilho.

A mostra considera difícil de provar que o personagem teve uma crueldade especial para os usos da época.

Quadros

Em suas salas são expostos vários quadros do personagem, entre os quais um retrato anônimo do século XVI, exposto no Museu de História da Arte de Viena.

A segunda parte explora mediante as pinturas e os objetos de guerra expostos nas batalhas entre cristãos e muçulmanos no sudeste da Europa, um contexto no qual as ações e alianças, frequentemente confusas e ambíguas de Vlad III, se explicam.

Vários quadros e objetos de decorações apresentados no MNAR demonstram como os sultãos turcos começaram a encarregar retratos ao modelo de seus colegas ocidentais, ao tempo que as decorações dos palácios nobres de Budapeste e Viena viram impregnadas do estilo oriental do inimigo.

Lendas

As lendas de vampiros tão populares nesta região da Europa são repassadas na parte seguinte da retrospectiva, documentadas através de cartas, gravuras e tratados de "cura de doenças vampíricas" do século XVIII.

No século XIX, o mito, que já tinha se transformado em tema de debate intelectual no mundo germânico, se tornaria universal ao ser recolhido por escritores como Goethe, Byron e Baudelaire, até ficar famoso com o romance "Drácula", de Bram Stoker, que vinculou para sempre a figura de Vlad III ao Conde Drácula da ficção.

Organizada pelo MNAR, o Museu de História da Arte de Viena e o Castelo de Ambras de Innsbruck, que alojam boa parte do material exposto, o evento tem o mérito de separar com clareza e elegância a realidade e a ficção, em um terreno onde os dois aspectos quase sempre se confundem. (EFE)

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