A fumaça se dissipa ante meus olhos, meus piores demônios surgem diante de mim.
A vida passa no céu, no alto um pássaro quebra a imensidão azul, estou só e comigo mesma vejo meu futuro. Sou jovem e do alto de minhas pernas a estrada parece ser infinita... Minhas pernas gritam por passos sem destino e canções sem nexo.
Um salto seria pouco pra euforia que carrego dentro de mim, gritos de um silêncio atordoante.
Meu coração e meu corpo pulsam em um minuto infinito.
Lá fora os carros e os sons passam, pessoas, cães e crianças. A terra comigo fala e exprime suas frustrações de uma vida rápida, silenciosa e tão barulhenta.
Meus olhos vagam na imensidão de pensamentos por segundo, meus caros conhecidos e sons comuns do dia-a-dia.
Vou enlouquecer penso...Quero alegria, diversão e poesia. Meus dedos perdem o controle das palavras que surgem, inspiração sem controle e esquecimento.
O pássaro continua lá em cima, gostaria de estar com ele passeando pelo céu e sendo apenas flashes dos olhos de alguém.Loucura, insanidade, vida. Vivemos como não queremos e nos tornamos estrelas que por aqui passam e que logo são esquecidas.
Meros resquícios de sombras mortas e que vagam.Passos lá fora, alguém esta vindo.
Passos insistentes e que quebram o silêncio de uma viagem solitária, eles insistem, mas não chegam a porta. Uma voz, um sussurro... Droga, são apenas meus demônios que comigo partilham de um momento, um instante.
Minhas lembranças não terminam, pouca vida e tanta imagem.
Que tudo se foda, quero mais liberdade, meus pés insistem, minha mochila fala comigo.
O mundo é imenso, as manhãs passageiras, as tardes nostálgicas, a noite uma passagem e a madrugada minha companheira. É dia, mas me sinto na noite, na tarde, a espera é aquela que ao meu lado arquiteta planos e sorrisos bobos, falsos. Deitada sem remorso, observo o céu que para mim sempre foi meu confidente, olhando pra ele me perco. A lua chegará mais tarde. Uma velha canção me lembra amigos e amores. Blá, blá, blás e carinhos. Tardes incríveis e noites inesquecíveis. Escrevo, e penso em beijos e paixões. Meus demônios sussurram coisas que me fazem bem. Eu sou um corpo jogado, bonito e tão leviano. A verdade também está jogada, consigo reconhece-la e com ela viajo. Sorrio sozinha, ninguém me responde, mas que importa...Um momento meu, apenas eu e a imensidão. Troco de nome e posso ser quem quero, uma cicatriz no peito de nada vale. Fingir e atuar no palco de um espetáculo sem data certa pra acabar, a qualquer momento as cortinas podem fechar, entretanto, sei que o show poderá continuar sem mim. Que loucura! Comédia, suspense ou ação, não importa. Meu sorriso ainda esta estampado no rosto e o pássaro retribui. Acabei.

Lana Bastos

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