
Decidido a recandidatar-se à presidência em dezembro próximo, Evo Morales adotou uma tática extrema de pressão ao Congresso.
O presidente boliviano declarou-se em greve de fome. Iniciou o jejum na manhã desta quinta (9).
Promete passar a água e água até que os congressistas votem uma lei prevista na Constituição recém-reformada.
Chama-se “lei de transição constitucional”. É indispensável para a convocação de eleições nacionais previstas para 6 de dezembro.
Evo é candidato à reeleição. E a oposição vira-lhe a cara no Legislativo. Majoritário na Câmara, o governo é minoria no Senado.
Ou seja, a lei só será aprovada por meio de acordo. O texto constitucional fixou um prazo para o consenso.
A nova lei deveria ter sido aprovada até a meia-noite da última quarta (9). Deu chabu. Daí a greve de fome de Evo.
"Diante da negligência de um grupo de parlamentares, fomos obrigados a adotar esta medida de jejum voluntário", disse.
Um dos partidos que dão suporte ao governo no Parlamento, o Conalcam, decidiu solidarizar-se com o líder.
"Nós nos declaramos em greve de fome junto a Morales e outros líderes da unitária Central Operária Boliviana", informou a legenda, em nota.
Antes das 12 badaladas noturnas de quarta-feira, o vice-presidente Alvaro García Linera, que acumula o posto de presidente do Congresso, distribuíra advertências.
Linera recomendara às legendas que empreendessem "todo o esforço possível" para aprovar a nova lei.
Do contrário, disse ele, o Congresso ficaria em "situação complicada". Não esclareceu a que complicações se referia.
A lei ainda não veio. O Congresso continua aberto. Aparentemente, fechou-se apenas a boca de Evo.
Certas Repúblicas, por insaciáveis, impõem cada vez mais sacrifícios humanos.
Resta saber até que ponto o estômago de Evo está disposto a sacrificar-se pela fome de poder.
blog do josias
0 comentários:
Postar um comentário