
REGIANE SOARES
da Folha Online
O PT e o PMDB começaram a discutir nesta segunda-feira, em São Paulo, a aliança para as eleições de 2010. O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (PS), e o presidente da Câmara e presidente licenciado do PMDB, deputado Michel Temer (SP), admitiram que terão problemas em cinco Estados: São Paulo, Rio Grande do Sul, Bahia, Pará e Mato Grosso do Sul.
"Nós [PT e PMDB] temos uma relação muito próxima em alguns Estados. Em outros, de aproximação. Não quero entrar no mérito de Estado por Estado. Mas obviamente teremos muito trabalho pela frente", afirmou Berzoini, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no escritório da Presidência da República, em São Paulo.
Berzoini disse que as conversas com os partidos que deverão formar a aliança em 2010 vão se intensificar, mas admitiu que "descontente sempre vai haver". "Trabalho para reduzir os descontentamentos", afirmou. "Não há nada na política que não possa ser trabalhado", disse.
O petista citou como exemplo de dificuldade o Rio Grande do Sul, onde o PMDB apoia a governadora Yeda Crusius (PSDB) e o PT faz oposição. "Lá [Rio Grande do Sul], o PMDB e o PT têm projetos distintos, quase impossível de trabalhar [uma aliança]. São casos que nós temos de trabalhar para ter no mínimo uma relação de respeito, para que não haja um grau de agressividade que dificulte, por exemplo, um palanque único para a eleição presidencial", afirmou Berzoini ao ressaltar que "descontentamento" se trabalha politicamente.
Berzoini disse ainda que o diálogo sobre 2010 será ampliado aos demais partidos para ter o "máximo de alianças" entre PT, PMDB, PSB, PDT, PC do B e PR, que formam a base aliada do governo Lula.
Sobre a aliança em São Paulo, Berzoini lembrou que a cúpula do PMDB se aproximou do DEM e do PSDB nas eleições municipais do ano passado, e hoje tem a vice-prefeita Alda Marco Antonio (PMDB). Porém, no interior do Estado, vereadores e prefeitos do PMDB estão muito próximos do PT na relação local. "Portanto, é algo ainda em processamento", disse.
Em São Paulo, o PT ainda não definiu o candidato a governador. Um dos nomes citados é do deputado Antonio Palocci (PT-SP), mas a indicação ainda depende de ele se livrar do processo que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal) no qual é acusado de ser um dos responsáveis pela quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa. Outra discussão no partido é apoiar a candidatura do deputado Ciro Gomes (PSB-CE).
Senado
Tanto Berzoini quanto Temer negaram que a crise no Senado foi tema da conversa com o presidente Lula. "A pauta foi a Câmara", disse Berzoini. "Não há pacto em torno da crise", afirmou Temer.
Porém, o encontro ocorreu na semana seguinte de o PT apoiar o arquivamento das denúncias contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
Também participaram da reunião com o presidente Lula o líder do PT na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (SP), e o líder do PMDB na Câmara, deputado Henrique Alves (RN).
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