Crivado de críticas por ter revogado a renúncia que anunciara como “irrevogável”, o líder petista Aloizio Mercadante clama agora por por compreensão.
O senador levou à sua página no Twitter, o mesmo espaço em que anunciara a pseudorenúncia à liderança do PT, uma tentativa de remissão.
“Errei ao dizer que anunciaria uma renúncia irrevogável, mas gostaria que vocês conhecessem as razões mais profundas que me levaram a essa decisão”.
Mercadante encareceu: “Gostaria, se possível, que vocês lessem meu discurso na tribuna e a carta que o presidente Lula me enviou”.
O reconhecimento de um erro é um gesto nobre. O problema, no caso de Mercadante, é que ele se penitencia pelo erro errado.
A maior afronta que o quase-ex-líder impôs à sua biografia não foi o anúncio da renúncia, mas o fato de não ter renunciado.
Um acerto, quando levado às últimas consequências, dificilmente pode ser melhorado. Um erro, porém, sempre pode ficar mais errado.
As decisões políticas resultam de uma cruza do instante com o circunstante. Submetidos ao corredor frio da posteridade, seletiva senhora, os fatos são julgados no tribunal da estante.
Mercadante injetou no verbete da enciclópedia uma passagem que talvez não passe. Por ora, melhor não explicar. Resta observar o pretérito passando.
blog do josias
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