Paquistão lança nova ofensiva contra militantes do Taleban


Vale do Swat no Paquistãoda Efe, em Islamabad (Paquistão)
da Folha Online

As forças de segurança paquistanesas iniciaram uma nova operação por terra e ar contra esconderijos dos militantes do grupo islâmico Taleban, em uma região tribal do noroeste do país, informou uma fonte militar citada pela agência de notícias Efe.



A nova operação ocorre apenas três meses depois das Forças Armadas do Paquistão informarem ao secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, que não fariam mais nenhuma ofensiva militar contra os redutos dos militantes pelos próximos seis meses a um ano.

"Uma ofensiva de curta duração está em andamento desde terça-feira à noite na região de Orakzai. Trata-se de uma ação combinada de forças militares convencionais e do corpo da guarda de fronteiras", explicou a fonte, em condição de anonimato.

O objetivo da operação são as instalações e os esconderijos da facção regional do movimento Tehrik-e-Taliban Pakistan (TTP), que reúne diversos grupos talebans paquistaneses.

A fonte não explicou o motivo da operação ter sido lançada neste momento.

O Exército paquistanês já combate o TTP em outras áreas do noroeste e do conflituoso cinto tribal fronteiriço com o Afeganistão, e os analistas acreditam que Orakzai se tornou nos últimos meses o refúgio de muitos fundamentalistas que fugiram dos combates em regiões próximas.

O início da ofensiva coincide com a realização de uma rodada de diálogo estratégico em Washington entre EUA e Paquistão.

As delegações estão lideradas pela secretária de Estado americana, Hillary Clinton, e o ministro de Relações Exteriores do Paquistão, Shah Mehmood Qureshi, mas também contam com a presença de comandantes militares, incluindo os chefes do Exército, Ashfaq Kiyani, e dos serviços secretos (ISI), Ahmed Shuja Pasha.

Washington defende uma ampla ofensiva paquistanesa contra os militantes essencial para o sucesso da guerra do Afeganistão, já que muitos líderes comandam da nebulosa fronteira entre os dois países, ataques aos militares ocidentais.

Os EUA aumentaram a ajuda financeira e o apoio estratégico e militar ao Paquistão como forma de incentivar a campanha militar contra os militantes que cruzam a fronteira Paquistão-Afeganistão para fugir das tropas internacionais no país vizinho.

Ofensiva

Com apoio do governo americano, o Exército paquistanês lançou uma grande ofensiva militar no dia 26 de abril do ano passado para reagir aos talebans paquistaneses que tentaram tomar controle do distrito de Baixo Dir e do vizinho Buner, ambos nos arredores do vale do Swat.


Militantes sofreram outra derrota em agosto de 2009 quando Baitullah Mehsud, o líder do Taleban no Paquistão, foi morto pela CIA (inteligência americana) em um ataque aéreo ocorrido no Waziristão do Sul.Segundo o governo paquistanês, a ofensiva deixou mais de 1.700 fundamentalistas e cerca de 200 soldados mortos, dados que carecem de comprovação independente.


Os talebans invadiram há cerca de dois anos o vale do Swat, um antigo ponto turístico do país transformado em reduto para os militantes que planejam os ataques às forças de segurança no país e no vizinho Afeganistão.

Em meados de fevereiro do ano passado, Islamabad assinou um acordo de paz para tentar conter o avanço terrorista. O acordo propunha cessar-fogo em troca da instauração, em Swat e em outros seis distritos, de tribunais islâmicos da sharia (lei islâmica).

Em vez de entregar as armas, os radicais islâmicos aproveitaram a oportunidade para tomar o controle os distritos de Buner e Baixo Dir, ficando a cerca de cem km da capital Islamabad. O governo, sob a intensa pressão de Washington, encerrou o acordo e iniciou ofensivas em Swat, e nos distritos vizinhos de Dir e Buner.

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