Coreia do Norte atacou navio da Coreia do Sul, diz agência


da Reuters, em Seul (Coreia do Sul)
da Reportagem Local

Os militares sul-coreanos afirmam que um torpedo disparado pela Coreia do Norte foi a causa do naufrágio de um navio de guerra com 104 a bordo no mês passado, com base em informações reunidas em conjunto com os Estados Unidos, disse a agência de notícias Yonhap nesta quinta-feira.

Se confirmado, terá sido um dos incidentes mais graves entre os dois rivais desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53), e colocará mais pressão política sobre o presidente sul- coreano, Lee Myung-bak -- embora analistas não antevejam um conflito armado.

O navio de guerra Cheonan, de 1.200 toneladas, afundou em 26 de março passado, depois de uma explosão próximo à fronteira marítima disputada com a Coreia do Norte. Ao todo, 58 tripulantes foram resgatados antes de o navio se partir ao meio. Quatro corpos foram resgatados e outros 42 tripulantes ainda estão desaparecidos.

Pouco depois do incidente, o Ministério de Defesa da Coreia do Sul disse que o navio poderia ter sido atingido por um torpedo, colocando a Coreia do Norte sob suspeita.

O presidente sul-coreano tem sido criticado por um suposto excesso de cautela no trato com a Coreia do Norte. O governo exigiu uma minuciosa investigação do naufrágio.

A reação comedida da Coreia do Sul tranquilizou os mercados, e o ministério da Defesa disse que não comentaria o assunto.

"Os submarinos da Coreia do Norte estão todos armados com torpedos pesados, com ogivas de 200 quilos", disse uma fonte militar à Yonhap. "A avaliação da inteligência militar é de que a Coreia do Norte atacou com um torpedo pesado."

A embarcação militar Cheonan naufragou perto de um trecho de fronteira marítima disputada entre as duas Coreias. O governo pretende içar em breve a metade frontal da embarcação de 1.200 toneladas, e só depois disso irá se manifestar oficialmente sobre a causa da explosão que a afundou.

Mesmo se a culpa for atribuída a Pyongyang, há pouco que Seul possa fazer, segundo analistas. Uma reação militar poderia prejudicar a rápida recuperação econômica sul-coreana, além de fortalecer internamente o regime comunista norte-coreano.

Sob o governo de Lee, a Coreia do Sul abandonou a ajuda incondicional ao Norte, de modo a pressionar o miserável vizinho a abrir mão de suas armas, especialmente as atômicas.

"A questão nuclear ainda não foi resolvida. Isso e o incidente do Cheonan servem para infligir um impacto negativo sobre o governo Lee", disse o analista político Lee Nam-young, da Universidade Sejong, em Seul.

A reclusa Coreia do Norte negou envolvimento com o naufrágio na costa oeste da península, cenário de duas letais batalhas navais na última década. Pyongyang acusou Lee de usar o incidente para obter benefícios políticos antes das eleições locais sul-coreanas de junho.

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