Polícia usa gás lacrimogêneo contra protesto de trabalhadores na Turquia


da Folha Online


Vários pessoas ficaram feridas nesta quinta-feira após confronto entre a polícia e trabalhadores da tabacaria Tekel, que protestam contra reduções salariais e reduções da jornada de trabalho em Ancara, na Turquia.

Segundo as redes de televisão turcas, a polícia usou cassetetes e gás lacrimogêneo para dispersar os milhares de trabalhadores do Monopólio do Tabaco e do Álcool (Tekel) que estavam concentrados em diversos lugares do centro da capital Turca.

Burhan Ozbilici/AP
Polícia usa gás de pimenta para conter trabalhadores que protestavam contra reduções salariais em Ancara, na Turquia
Polícia usa gás de pimenta para conter trabalhadores que protestavam contra reduções salariais em Ancara, na Turquia
"A polícia usou gás lacrimogêneo, jatos de pressão de água e cassetetes para dispersar os trabalhadores que responderam com pedras. Entre seis e sete pessoas ficaram feridas, afetadas pelo gás lacrimogêneo lançado diretamente sobre seus olhos", disse um dos manifestantes que participa do protesto.

Ainda na madrugada desta segunda-feira, as forças de segurança bloquearam as estradas que dão acesso a Ancara para tentar impedir a chegada dos manifestantes que vieram de ônibus de diversas Províncias do país.

Mas os trabalhadores burlaram os controles ao se dirigir a pé para a cidade e depois tentaram se concentrar em frente à sede da federação de sindicatos Turk-IS.

A eles somaram-se grupos de estudantes e membros de diversos sindicatos e associações, assim como de partidos de esquerda, que apoiam as suas reivindicações.

Alguns deputados da oposição, que estavam em um grupo de manifestantes que tinha bloqueado o tráfego de uma das principais ruas da cidade, também foram atingido pelo gás lacrimogêneo.

Os protestos se dirigem contra o governo pelas medidas adotadas para reduzir os salários e a jornada depois da privatização da Tekel.

Em janeiro mais de 25 mil pessoas --trabalhadores e suas famílias-- em 600 ônibus foram a Ancara e acamparam em barracas durante dois meses e meio. Agora, 29 dias depois, milhares deles voltam à capital para uma ação de 24 horas.

Os trabalhadores pretendiam se reunir em frente à federação dos sindicatos, mas a polícia não permitiu e fez com que os protestos ficassem distribuídos pela cidade.

O líder dos trabalhadores da Tekel, Mustafa Turkel, afirmou que o protesto de hoje é uma ação de um só dia e que ninguém pode impedir que os manifestantes cheguem à sede da Turk-IS.

"A tensão aumenta. Está acontecendo algo único na história do mundo. Trabalhadores são proibidos de ir a sua federação, mas está claro o que faremos: iremos lá", disse Turkel.

Com Efe e Associated Press

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