PSDB ajudou a bancar o evento evangélico pró-Serra


Marcello Casal/ABr

O governo de Santa Catarina e a prefeitura de Camboriú, ambos geridos por tucanos, injetaram R$ 540 mil no encontro anual da Assembléia de Deus.

O nome oficial do evento é 28º Congresso Internacional de Missões dos Gideões Missionários. No sábado (1º), converteu-se em “palanque” de José Serra.

Orçado em cerca de R$ 800 mil, o ato missionário teve dois terços de seu custo bancado pelas arcas do Estado e do município.

Submetido ao governador tucano Leonel Pavan, o tesouro catarinense entrou com R$ 300 mil.

Comandado pela prefeita tucana Luzia Coppi, o erário municipal de Camboriú borrifou no borderô do evento R$ 240 mil.

Deve-se a revelação ao repórter Graciliano Rocha. Os dados recolhidos por ele foram levados às páginas da Folha.

Associados à candidatura Serra, PSDB, DEM e PPS passaram o final de semana fustigando Lula e a candidata oficial Dilma Rousseff.

Informaram que, nos próximos dias, levarão ao TSE uma nova representação contra o presidente e a candidata dele.

Acusam-nos de transformar os festejos de 1º de Maio das centrais sindicais em atos de campanha.

Afora a propaganda eleitoral extemporânea, cogita-se questionar o patrocínio estatal.

Juntos, Banco do Brasil, Caixa Econômica, BNDES, Petrobras, Eletrobras e Infraero despejaram no 1º de Maio político-sindical algo como R$ 2 milhões.

A descoberta de que Serra desfilou sua candidatura em evento que também foi azeitado com verbas públicas sujeita o tucanato ao mesmo tipo de ação.

Ouvidos, governo e prefeitura do PSDB negaram que o patrocínio sacrossanto de Santa Catarina tenha ligação com a presença de Serra.

O governo federal também nega que o adjutório dado às centrais tenha motivação política.

Empatados na retórica, petistas e tucanos só não podem negar o inegável: fizeram campanha pendurados à bolsa da Viúva.

Estima-se que Lula e Dilma viram e foram vistos por cerca de 1,3 milhão de pessoas. Fizeram campanha aberta.

Na festa da CUT, Lula injetou drama na pantomima. Ao lembrar que o fim de seu governo está próximo, o cabo eleitoral de Dilma chorou.

Quanto a Serra, discursou para uma platéia estimada em 160 mil pessoas. Falou num ginásio. E teve a imagem reproduzida em telões instalados do lado de fora.

O lero-lero de Serra foi transmitido também, ao vivo, por 180 emissoras evangélicas.

Serra pediu aos fiéis que orassem a Deus, pedindo que ele tenha "sabedoria para enfrentar as lutas e desafios daqui por diante".

Os pastores dispensaram a Serra um tratamento de “futuro presidente”. Instaram a platéia a fritar-lhe o nome. Braços erguidos, o candidato fez o “V” da vitória.

Instado a comentar o apoio dos pastores, Serra saiu-se com essa: "Só faltaria eu dizer que não estou de acordo. O contrário. Todos os votos positivos eu acolho".

Então, tá! Resta saber se, processado pela oposição, Lula e o PT dirão amém.

blogdojosias

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