Chávez manda soldados para fronteira com a Colômbia

Claudia Jardim
De Caracas para a BBC Brasil



Hugo Chávez
Chávez acusou Uribe de querer envolver seu país no conflito vizinho
Subindo o tom da crise com a Colômbia, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou nesta sexta-feira o movimento de tropas para a fronteira entre os dois países, acusou o governo colombiano de ter invadido o espaço aéreo venezuelano e admitiu ter revisado "planos de guerra" para um eventual conflito.
Chávez disse que um helicóptero colombiano permaneceu durante "cinco minutos" no espaço aéreo venezuelano, na zona fronteiriça entre os Estados de Zulia e Tachira.
O líder venezuelano acusou o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, de querer envolver a Venezuela no conflito armado colombiano.
"Há umas três noites, eu dizia ao vice-presidente (Elias Jaua). ‘Que tristeza me dá, confesso, estar revisando planos de guerra", afirmou Chavez em declarações via telefone ao canal estatal de TV.
Paz
Chávez disse que a "política de guerra" de Uribe "penetrou" território venezuelano em referência a internacionalização do conflito armado colombiano.
"Por isso a imperiosa necessidade de que retomemos a paz (...) mas com o novo governo da Colômbia, não com este, cheio de ódio", afirmou.
O presidente venezuelano disse as Forças Armadas estão em alerta e que foram enviadas tropas a extensa fronteira, de mais de 2 mil km, "para defender a soberania" do país.
"Não vão nos levar sob chantagem a uma guerra, a uma guerra que não e nossa, é melhor dizemos¨vamos bucar o caminho da paz", afirmou Chávez ao anunciar o movimento de tropas, o primeiro desde o inicio da crise com a Colômbia.
Denúncia
O conflito binacional teve início há uma semana, quando Bogotá apresentou ao Conselho Permanente da Organização de Estados Americanos (OEA) supostas provas sobre a presença de guerrilheiros das Farc e do ELN na Venezuela.
Em seguida, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, qualificou de mentirosas as acusações e rompeu relações diplomáticas com a Colômbia.
Para Chávez, as acusações são parte de uma "desculpa" para justificar uma intervenção armada da Colômbia em seu país, que a seu ver, conta com o apoio dos Estados Unidos.

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