Rússia elege primeiro político negro da história do país


DA ASSOCIATED PRESS

Pela primeira vez na história russa um homem negro foi eleito para um cargo público. Jean Gregoire Sagbo,48, natural do país africano Benin, será um dos dez vereadores da cidade de Novozavidovo, de 48 mil habitantes.

Alvo de olhares por ser negro, Sagbo agora recebe atenção também pelo fato de ser um político russo honesto, num país em que o racismo faz parte da sociedade e com frequência gera até atos violentos.

O prefeito, Vyacheslav Arakelov, defendeu a eleição inédita do vereador. "Sua pele é negra, mas por dentro ele é russo. Somente um russo poderia se preocupar com este lugar como ele preocupa", disse.

Sergey Ponomarev/AP
O recém-eleito vereador Jean Gregoire Sagbo é o primeiro negro a conquistar um cargo público na Rússia
O recém-eleito vereador Jean Gregoire Sagbo é o primeiro negro a conquistar um cargo público na Rússia

Apesar de não ser o primeiro político negro a concorrer em eleições russas -- Joaquin Crima, de Guiné Bissau, disputou um cargo de chefe distrital no ano passado -- Sagbo é o primeiro a ser eleito.

Crima chegou a ser chamado pela mídia nacional como o "Obama da Rússia", título agora dado a Sagbo, que se irrita com a comparação.

"Meu nome não é Obama. Isto é sensacionalismo. Ele é negro e eu sou negro, mas é uma situação completamente diferente", disse o novo vereador russo.

Inspirado pela ideologia comunista, Sagbo imigrou para a Rússia em 1982 para estudar economia em Moscou, onde conheceu sua mulher, natural de Novozavidovo. Em 1989 ele se mudou para a cidade, a 100 km de Moscou.

Hoje pai de duas crianças, ele trabalha como corretor imobiliário para uma grande corporação da capital russa. O cargo como vereador não é remunerado de acordo com as políticas do país.

Sagbo não queria entrar na política, vista por ele como algo sujo e perigoso, mas os moradores o convenceram a concorrer às eleições.

Irina Danilenko, moradora da cidade, declarou apoio ao novo vereador. "Não nos preocupamos com sua raça. Nós o consideramos um dos nossos", disse.

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