Serra critica uso da máquina e diz que Dilma não anda com as próprias pernas


SAMANTHA LIMA
DO RIO

O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, condenou nesta quinta-feira o uso da máquina pública nas eleições e criticou o que chamou de "máquina de fazer mentiras" contra sua campanha.

"Eu penso que usar a máquina pública com objetivo eleitoral não é bom para a eleição, e não é justo do ponto de vista de valores da nossa sociedade, numa eleição em que as pessoas devem fazer seu julgamento individual", disse ele em entrevista à rádio "Tupi".

Serra voltou a dizer que o uso da máquina na campanha de sua adversária petista, Dilma Rousseff, ocorre porque "ela não anda com as próprias pernas". "Ela é fruto de marketing, foi construída. A verdadeira Dilma não está aparecendo, é produto de uma construção da qual faz parte a máquina do governo [federal]."

Segundo o tucano, existe uma máquina de inventar mentiras contra sua campanha. "Estão dizendo que eu quero privatizar os Correios. Eu quero é estatizar os Correios, que agora está apropriado por partidos políticos. É uma fábrica de mentiras que daqui a pouco vai cobrar quinquênio, férias em dobro e adicionais trabalhistas."

TREM-BALA

O tucano ainda condenou o uso de recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para financiar o trem-bala.

"Estão dizendo que o trem-bala será construído com recursos privados. Acho difícil, são R$ 35 bilhões, precisamos ver como será financiado, porque se tiver dinheiro do BNDES, então não é financiamento privado, é dinheiro público."

Para Serra, o dinheiro do BNDES não deve ser usado para financiar fusões e aquisições de empresas, movimento intensificado nos últimos quatro anos.

"O BNDES usa recursos do Tesouro, subsidiado por todos nós. Ele deve usar o dinheiro para criar empregos no Brasil e não frigoríficos que estão criando empregos lá fora. Nem financiar fusões de empresas porque esses processos acabam cortando empregos."

Para ele, o dinheiro do banco deve financiar a produção de bens de capital.

CPMF

Questionado sobre uma possível recriação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), Serra não descartou a hipótese.

Ele disse que é necessário rever os gastos em saúde para ver se há necessidade ou não, mas depois disse acreditar que há recursos suficientes para a saúde.

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