Telescópio Planck revela radiação cósmica remota


DE SÃO PAULO

Pesquisadores trabalhando com o telescópio europeu Planck, o maior experimento de cosmologia em quase uma década, divulgaram nesta segunda (5) seu primeiro mapa celeste completo da radiação cósmica de fundo, a "luz mais antiga" do Universo.

O telescópio de 600 milhões de euros, que capta radiação com frequências abaixo do infravermelho (não visível), foi lançado no ano passado e levou seis meses para montar o primeiro mapa.
ESA
Imagem de radiação cósmica de fundo, obtida pelo telescópio Planck, em frequências abaixo do infravermelho
Imagem de radiação cósmica de fundo, obtida pelo telescópio Planck, em frequências abaixo do infravermelho

A imagem mostra a Via Láctea como uma linha brilhante atravessando horizontalmente todo o centro do mapa. Acima e abaixo dessa linha, podem ser vistas grandes quantidades de pontos amarelos. Esses pontos, tanto na Via Láctea, quanto acima e abaixo dela, representam gás e poeira cósmicas. Não são estrelas, pois o telescópio não registra luz visível.

Grande parte dessa radiação, acreditam os cientistas, originou-se 380 mil após o "Big Bang", quando a matéria havia se resfriado o suficiente para que a formação de átomos fosse possível.

Antes disso, o cosmos seria tão quente que matéria e radiação estariam acopladas, e o Universo seria opaco.

Um dos principais objetivos do projeto é encontrar evidências para a "inflação", uma do incipiente Universo a velocidades acima da velocidade da luz.

Segundo a teoria, se essa "inflação" ocorreu, ela deveria estar registrada na radiação cósmica de fundo e seria passível de detecção.

O telescópio Planck é uma das principais missões da ESA (agência espacial europeia). Lançado em 2009, encontra-se a mais de um milhão de quilômetros da Terra.

Ele carrega dois instrumentos para registrar o céu em nove bandas de frequência. O instrumento de alta frequência opera entre 100 e 857 GHz; o instrumento de baixa frequência opera entre 30 e 70 GHz.

Até 2012, o aparelho terá construído quatro mapas do Universo.

Com "New Scientist" e "BBC News"

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