Traficantes explodem carro-bomba e matam ao menos quatro no México


DE SÃO PAULO

O governo mexicano confirmou nesta sexta-feira que pela primeira vez os narcotraficantes que atuam no país utilizaram um carro-bomba em seus confrontos, matando ao menos quatro policiais na noite de quinta-feira (15).

O ataque contra um comboio policial em Ciudad Juárez, próximo à fronteira com os EUA, foi realizado com um carro-bomba armado com 10 quilos de explosivo C4, ativado por telefone celular, informou o comandante da quinta zona militar, Eduardo Zarate.

O oficial também informou que os mortos no ataque foram quatro: dois policiais, um membro da equipe de socorro e um médico. A ação deixou ainda 11 feridos, entre eles sete policiais e um operador de câmara de uma emissora local de televisão.

Alejandro Bringas/Reuters
Governo mexicano confirmou que traficantes usaram carro-bomba em confrontos pela primeira vez no país
Governo mexicano confirmou que traficantes usaram carro-bomba em confrontos pela primeira vez no país

"Foram encontrados resíduos de 10 quilos de um explosivo conhecido como C4, assim como restos de um aparelho celular", afirmou Zarate a jornalistas.

É o primeiro ataque com carro-bomba nessa cidade vizinha da americana El Paso (Texas), considerada a mais violenta do México pelos crimes de uma disputa entre narcotraficantes dos cartéis de Juárez e de Sinaloa.

Zarate disse que um grupo de especialistas em explosivos do ministério da Defesa apoia as investigações, que são realizadas pela procuradoria.

No local do ataque, uma movimentada avenida desta cidade de 1,3 milhão de habitantes, morreram dois policiais e um membro da equipe de socorro. As três caminhonetes policiais que faziam parte do comboio incendiaram-se depois da primeira explosão, que jogou destroços nas edificações vizinhas.

Quando equipes de socorro e jornalistas chegaram ao local, ocorreu uma nova detonação, que provocou a morte de um médico.

Segundo a Secretaria de Segurança de Ciudad Juárez, o violento ataque ocorreu como reação "à captura de Jesús Armando Acosta, um importante chefe da quadrilha "La Línea"", considerada o braço armado do cartel de Juárez, que foi detido na manhã de quinta-feira.

MAIS DE 7.000 MORTOS

Mais cedo a procuradoria-geral do país anunciou que pelo menos 7.048 pessoas foram assassinadas este ano em crimes relacionados com o narcotráfico no México, elevando a 24.826 o balanço acumulado desde dezembro de 2006, quando o presidente Felipe Calderón assumiu o poder, informou a procuradoria nesta sexta-feira.

O procurador-geral Arturo Chávez disse que o aumento considerável nestes números demonstra que os grupos de crime organizado "estão enfrentando uma pressão permanente do Estado que antes não se apresentava" o que, segundo ele, os leva a intensificar sua resposta violenta.

Chávez também destacou que nos últimos três anos e meio 75 mil armas foram apreendidas e 78 mil pessoas foram detidas no âmbito de operações contra o narcotráfico.

O presidente Calderón, que após assumir o poder lançou uma guerra contra os cartéis do tráfico de drogas, ordenou a mobilização de 50 mil militares nas regiões mais violentas, especialmente nos seis estados do norte do país, fronteiriços com os Estados Unidos.

O relatório oficial sobre mortes atribuídas ao narcotráfico, divulgado em abril, dava conta de 22.743 crimes desde dezembro de 2006.
COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

0 comentários:

Postar um comentário