Al-Qaeda no Paquistão é 'a maior ameaça terrorista' aos EUA, diz relatório



Explosão em Lahore
O número de atentados teria caído drasticamente no ano passado
Um relatório divulgado pelo governo dos Estados Unidos nesta quinta-feira afirma que, embora a organização extremista Al-Qaeda tenha sofrido baixas importantes em 2009, a liderança do grupo no Paquistão ainda é a principal "ameaça terrorista" ao país.
Em Country Reports on Terrorism, o governo americano diz ainda que o grupo é "adaptável e resistente" e cita a presença crescente do grupo em países africanos com um desafio para diversos governos.
O documento do departamento de Estado dos Estados Unidos afirma que extremistas foram responsáveis por 10.999 ataques em todo o mundo no ano passado – o menor número dos últimos cinco anos.
Em 2009, 14.971 pessoas teriam morrido nas mãos de terroristas, uma queda acentuada em comparação às 22.736 mortes registradas em 2006.
Afeganistão, Irã e Cuba
A Al-Qaeda, segundo as autoridades americanas, "provou ser um grupo terrorista adaptável e resistente cujo desejo de atacar os Estados Unidos e interesses americanos no exterior continua forte".
A insurgência liderada pelo Talebã no Afeganistão receberia financiamento e treinamento da Al-Qaeda, segundo o documento, e continuaria "resistente no sul e no leste, tendo aumentando a sua presença no norte e no oeste".
O relatório apresentado ao Congresso americano também salientou o avanço da rede extremista na África, por meio do noroeste da Somália e do Iêmen, região classificada como "altamente instável, e um ambiente permissivo para trânsito e treinamento de terroristas".
Os Estados Unidos classificam ainda o Irã, a Síria, Cuba e Sudão como estados patrocinadores de atividades terroristas, como fizeram no ano passado.
Entre eles, o Irã é classificado como o principal patrocinador. Segundo o Departamento de Estado, o país é acusado de dar apoio a extremistas da região que "têm um impacto direto nos esforços internacionais para promover a paz, ameaçam a estabilidade econômica no Golfo (Pérsico), põem em risco a delicada paz no sul do Líbano e minam o crescimento da democracia".
Em relação a Cuba, o governo americano diz que o país “há muito vem dando apoio às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), ao ELN (Exército de Liberação Nacional, outro grupo guerrilheiro colombiano) e ao ETA (grupo separatista basco)”.
Como no relatório do ano passado, neste ano novamente a Coreia do Norte não é citado como estado que patrocina o terrorismo. Até o relatório de 2007, o país, que tem uma relação tensa com os Estados Unidos, recebia essa classificação.
Tríplice fronteira
O relatório também cita a preocupação dos Estados Unidos com a presença de “simpatizantes do (grupo xiita libanês) Hezbollah e da (facção palestina) Hamas” na tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina.
De acordo com o departamento de Estado, esses simpatizantes podem estar “levantando fundos na área da Tríplice Fronteira por meio de atividades ilícitas ou solicitando doações dos membros da numerosa comunidade de imigrantes do Oriente Médio na região”.
“Não há informações confirmadas, porém, que indiquem estes ou outros grupos extremistas islâmicos têm presença na região.”
A preocupação com os imigrantes do Oriente Médio na Tríplice Fronteira já havia sido incluída em outros relatórios do Departamento de Estado.

BBCbrasil

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