Setor privado decepciona e EUA perdem 131 mil empregos em julho


Alessandra Corrêa
Da BBC Brasil em Washington

Novos dados sobre emprego divulgados nesta sexta-feira aumentaram as preocupações sobre o ritmo da recuperação da economia americana, com o fechamento de um total de 131 mil vagas em julho e criação de apenas 71 mil postos de trabalho no setor privado, aquém dos pelo menos 90 mil esperados por analistas.
A taxa de desemprego permanece em 9,5%, mesmo nível do mês anterior.
O desempenho de julho ainda reflete o fim das contratações temporárias do setor público para a realização do censo no país. No mês passado, segundo o Departamento de Trabalho, foram fechadas 143 mil dessas vagas.
Com esse resultado, julho é o segundo mês consecutivo a registrar perda de vagas. Os números referentes a junho foram revisados pelo Departamento de Trabalho dos Estados Unidos, dos 125 mil inicialmente divulgados para 221 mil empregos perdidos.
Em um comunicado divulgado logo após o anúncio dos novos números, a presidente do Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca, Christina Romer, disse que julho foi o sétimo mês consecutivo com crescimento de vagas no setor privado, mas admitiu que o ritmo do crescimento não foi suficiente para baixar a taxa de desemprego.
"É provável que haja mais pedras pelo caminho", disse Romer, apesar de ressaltar que os números de desemprego são "voláteis" e ainda sujeitos a revisões.
Recuperação
Os dados mensais sobre desemprego são observados atentamente, já que são considerados um indicador do estado da recuperação econômica.
Os números desta sexta-feira preocupam economistas porque revelam que a criação de vagas está abaixo do ritmo considerado necessário para que o país recupere os mais de 8 milhões de empregos perdidos durante a crise econômica mundial.
Segundo o Departamento de Trabalho, há 14,6 milhões de desempregados nos Estados Unidos.
A preocupação se refere principalmente à relutância do setor privado em retomar o ritmo de contratações. As 71 mil vagas abertas em julho ficaram acima do número de junho, mas somente porque este foi revisado para baixo, dos 83 mil postos inicialmente divulgados para 31 mil.
"O ritmo da recuperação do mercado de trabalho foi reduzido para uma marcha glacial, consistente com um crescimento no terceiro trimestre ainda menor do que no segundo", disse o economista-chefe da consultoria IHS Global Insight, Nigel Gault.
Na semana passada, o Departamento de Comércio dos Estados Unidos divulgou sua primeira estimativa do desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) americano no segundo trimestre, com crescimento anualizado de 2,4% em relação ao primeiro trimestre, demonstrando uma desaceleração em relação aos 3,7% registrados nos três meses anteriores.

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