Irã pode bater recorde de execuções em 2011, diz ONG

DA FRANCE PRESSE, EM NOVA YORK

O Irã, que provocou um incidente diplomático ao executar no último sábado (29) uma mulher iraniana com cidadania holandesa, pode executar mais de 1.000 pessoas este ano --um recorde, segundo a organização Human Rights Watch (HRW).

A execução de Sahra Bahrami é o mais recente caso que ilustra a "séria falta de transparência" que cerca o crescimento do uso da pena capital no Irã, segundo a HRW.

Muitos grupos afirmam que o Irã tem a maior taxa de execuções per capita do mundo. Em 2009, último ano com estatísticas completas, o país executou pelo menos 388 pessoas e ficou em segundo lugar, atrás apenas da China, segundo dados da Anistia Internacional.

Com a morte de Bahrami, a HRW estima que pelo menos 74 prisioneiros foram mortos pelo Estado desde 1º de janeiro.

"Dada a taxa atual, as autoridades facilmente terão executado mais de 1.000 prisioneiros antes do fim de 2011", disse a diretora para o Oriente Médio da HRW, Sarah Leah Whitson.
Faraz Sanei, pesquisador para o Oriente Médio da organização, denunciou "a séria falta de transparência da Justiça iraniana acerca da execução de indivíduos detidos por crimes que implicam na pena de morte".

Para a HRW, a execução de Bahrami e de outros ressalta "um aprofundamento da crise dos direitos humanos que domina o país desde as polêmicas eleições de junho de 2009", que garantiram um segundo mandato ao presidente Mahmud Ahmadinejad.

A televisão iraniana anunciou no sábado que Bahrami, 46, havia sido condenada à morte pelo tribunal revolucionário "por posse de 450 gramas de cocaína e por sua participação na venda de 150 gramas de cocaína".

Detida em dezembro de 2009 em Teerã quando participava de uma manifestação contra o governo, Sahra Bahrami também era processada por pertencer a um grupo armado de oposição.

0 comentários:

Postar um comentário