Violência marca greve contra igualdade de sexos em Bangladesh

DA ASSOCIATED PRESS, EM DACCA (BANGLADESH)

Dezenas de manifestantes ficaram feridos e outros foram presos nesta segunda-feira em Bangladesh, durante manifestações e uma greve geral pela instalação da lei islâmica em Bangladesh e contra uma nova política do governo que dá igualdade de direitos de herança às mulheres.

A polícia diz que os manifestantes, a maioria estudantes de escolas islâmicas, destruíram veículos, incendiaram um posto de gasolina e atacaram um comboio de fieis que iam a uma mesquita no sudeste do país.

As forças de segurança usaram gás lacrimogêneo e cassetetes para dispersar os manifestantes em várias partes do país.

Abir Abdullah/Efe
Estudante de Bangladesh fica ferido em protesto contra lei que dá direitos iguais sobre herança às mulheres
Estudante de Bangladesh fica ferido em protesto contra lei que dá direitos iguais sobre herança às mulheres

O jornal "Daily Star" e o canal ETV dizem que cerca de 150 pessoas foram presas na greve geral desta segunda-feira, que fechou escolas e empresas nas principais cidades do país.

A imprensa diz ainda que dezenas ficaram feridos nos protestos organizados pelo Comitê de Implementação da Lei Islâmica, que reúne vários grupos islâmicos e partidos políticos. Seu chefe, Fazlul Huq Amini, disse a jornalistas que cerca de cem ativistas foram presos somente na capital Dacca.

O grupo quer instaurar a lei islâmica no país de maioria muçulmana e cerca de 150 milhões de habitantes e condenam a política do governo que estabelece que cada filho recebe a mesma quantia da herança dos país --independente do sexo. Segundo a lei islâmica, as mulheres podem receber apenas um quarto do que os homens em espólios.

No distrito de Chittagong, 215 km a sudeste de Dacca, manifestantes atacaram um comboio de cerca de 200 ônibus que transportavam os devotos de uma reunião anual em um santuário islâmico local, deixando cerca de uma dezena de pessoas feridas, disse o "Daily Star".

O comitê condena quem reza em santuários, dizendo que o Islã não permite a adoração nestes locais.

Em Dacca, uma cidade de 10 milhões de pessoas, milhares de agentes de segurança foram mobilizados para patrulhar as ruas, informou a polícia. Os agentes de segurança isolaram a mesquita de Baitul Mokarram, a principal do país, com cercas de arame farpado.

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