Strauss-Kahn nega acusação de abuso sexual, diz advogado

O diretor-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Dominique Strauss-Kahn, acusado formalmente neste domingo de tentativa de estupro nos Estados Unidos, nega todas as acusações, disse seu advogado em Washington, William Taylor.

"Ele vai se declarar inocente", disse Taylor. Ao ser questionado se Strauss-Kahn pretende negar todas as acusações, o advogado respondeu apenas "Sim", sem fazer mais comentários. Strauss-Kahn deve ser colocado diante de um juiz no final do domingo.

As acusações, segundo a polícia, incluem "agressão sexual, retenção ilegal e tentativa de estupro de uma camareira de 32 anos em um quarto de hotel em Nova York.

Strauss-Kahn, foi preso no sábado após ser retirado pelos policiais da primeira classe do voo da Air France que ia para Paris minutos antes da sua decolagem. Ele iria se encontrar hoje com a chanceler alemã, Angela Merkel.

De acordo com o sub-comissário de Polícia de Nova York, Paul Browne, ouvido pela CNN, Sreauss-Kahn apareceu nu quando a funcionária entrou em seu quarto para limpá-lo, por volta das 13h.

Browne disse que Strauss-Kahn tentou abusar da mulher, mas ela conseguiu fugir e correu até a recepção do hotel. Os funcionários alertaram a polícia mas, quando os oficiais chegaram ao hotel, o dirigente do FMI já havia saído.

Stephen Chernin/France Presse
O hotel Sofitel, em Nova York, onde Strauss-Kahn teria tentado abusar sexualmente de uma camareira
O hotel Sofitel, em Nova York, onde Strauss-Kahn teria tentado abusar sexualmente de uma camareira
HISTÓRICO

Não é a primeira vez que Strauss-Kahn, 62 anos e casado com a jornalista Anne Sinclair, se vê envolvido em controvérsia. Em 2008, pouco depois de assumir o comando do Fundo, ele assumiu ter tido um caso com uma funcionária do organismo, a economista Piroska Nagy, casada com um ex-presidente do BC argentino.

Na época, Strauss-Kahn admitiu "um erro de julgamento" por conta do caso.

Apesar do histórico francês de perdoar as escapadas sexuais dos seus políticos (como amantes e famílias secretas), a verdade é que a acusação contra o comandante do FMI é grave e não se sabe como vai afetar as suas pretensões políticas.

Ainda que não tenha anunciado a sua candidatura, Strauss-Kahn, que é membro do Partido Socialista, aparece nas pesquisas como o principal rival de Nicolas Sarkozy na eleição presidencial, marcada para abril do ano que vem.

Números divulgados no início de maio apontam que o chefe do FMI, que ainda não confirmou se vai concorrer, teria 23% dos votos no primeiro turno contra 17% para a líder da extrema-direita Marine Le Pen e 16% para Sarkozy.

O próprio apoio de Sarkozy para a sua candidatura ao FMI foi visto como uma manobra para afastá-lo da corrida presidencial.
com agências internacionais

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