m meteorito com mais de 2 mil milhões de anos, descoberto recentemente
na Terra, difere de todos os encontrados até agora por ser rico em água e ser
parecido com as rochas de Marte analisadas pelas sondas da Nasa (Agência
Espacial Norte-Americana), segundo um estudo publicado esta sexta-feira na
revista Science.
Apelidado de «beleza negra», o objecto com 320 gramas e do
tamanho de uma bola de beisebol foi encontrado em 2011 no Saara, deserto no
norte de África.
«A rocha basáltica - de origem vulcânica - contida neste
meteorito é similar à composição da crosta marciana ou da parte superior do
manto de Marte», explicou Carl Agee, da Universidade de Novo México, no
sudoeste dos Estados Unidos, um dos co-autores da pesquisa.
«As nossas análises dos isótopos do oxigénio mostram que
este meteorito, denominado NWA [noroeste da África] 7034, é diferente de todos
os demais, visto que a sua formação química corresponde à formação do solo de
Marte e às interacções com a atmosfera do planeta vermelho», acrescentou.
Segundo o cientista, a abundância de moléculas de água neste
meteorito - com cerca de 600 partes por milhão, ou seja, dez vezes mais do que
noutros meteoritos marcianos conhecidos - faz pensar que estava na superfície
de Marte há 2,1 mil milhões de anos.
A água poderia vir de uma fonte vulcânica de um aquífero próximo
à superfície, o que faz pensar que uma actividade aquosa persistiu na
superfície de Marte durante o início da era Sideriana (Amazoniana). Além disso,
o «beleza negra» também pode ser considerado raro devido ao resultado da sua
interacção com a atmosfera do planeta vermelho.
«As nossas análises de carbono mostram igualmente que o
meteorito sofreu uma segunda transformação na superfície de Marte, que explica
a presença de macromoléculas de carbono orgânico», revelou Andrew Steee, do
Instituto Canergie (EUA) e co-autor do estudo.
Para Stee, «trata-se do meteorito marciano mais rico
geoquimicamente já encontrado, e as análises que foram realizadas provavelmente
vão revelar outras surpresas».
Já foi encontrada, até agora, uma centena de meteoritos de
origem marciana. Os meteoritos de origem de Marte e da Lua são raros; a maioria
provém do cinturão de asteróides, uma região do Sistema Solar situada entre
Marte e Júpiter.
Em 2012 foram registados mais de 42 mil meteoritos, um
número que aumenta em cerca de 1.500 casos ao ano, segundo dados da
Meteoritical Society.
A sonda Curiosity, da Nasa, está desde Agosto do ano passado
na cratera Gale, que fica no equador marciano, para determinar se o planeta
vermelho foi propício para a vida microbiana.
Fonte: http://diariodigital.sapo.pt
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