
No estudo acadêmico e sistemático da língua portuguesa e de suas variações grafolingüísticas(variações regionais, por exemplo) vemos que não existe linguagem certa ou errada. Há, sim, aquela mais adequada a uma determinada situação. Diante dessa definição podemos constatar que nada impede que façamos uso de expressões destinadas e, por que não, restritas a determinado grupo ou às chamadas "tribos".
O internetês, forma de comunicação usada principalmente por adolescentes na internet, vem despertando polêmicas no que concerne às conseqüências desse uso na vida dos jovens.
Diferentemente das gírias, que são incorporadas apenas entre uma e outra frase, essa linguagem modifica a grafia de quase todas as palavras, tirando acentos, trocando "esses" por "xis", excluindo consoantes... para, assim, aproximá-la o mais possível da linguagem oral e aumentar o grau de intimidade entre os interlocutores. Isso tudo, obviamente, sem afetar o entendimento entre eles.
É sabido, porém, que o tempo que esses usuários passam on-line e, conseqüentemente, em contato com esse jargão é demasiado grande. Esse fator pode acarretar problemas no aprendizado dos jovens, já que nesse período estão em plena fase de assimilação.
Entretanto, é preciso que partamos sempre do pressuposto de que o conhecimento amplo– esteja ele relacionado à escrita ou oralidade– é sempre bem-vindo. A linguagem usada entre adolescentes não deve ser culpada pelo seu mau desenvolvimento. É necessário que ele esteja aberto a culturas, linguagens, escritas diversas. Que conheça múltiplos horizontes. Mas sempre tendo em mente quais os padrões de escrita a serem utilizados, adaptando-se a eles prioritariamente e balanceando, também, o tempo de contato com os outros tipos, estilos.
Danielle de Souza Gomes é Estudante de Direito
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