De Amantes



Carta número 2


Há um segredo nos seus olhos negros, que só através do teu olhar fixo e pensativo se revela. Vejo um sonho guardado na alma, sonho de que estaremos sempre juntos. Lá no pé do primeiro encontro e no auge das curtições, senti tua vida começar a se tornar maior que meu medo de amar. E o medo de amar está para o medo de sofrer, assim como a vida está para morte; o homem para Deus; deus para o Homem.
Quando subirmos até o céu da mais forte das emoções, superando o inferno das vaidades nocivas ( mesmo sabendo que estas vaidades não podem deixar de existir), seremos a imagem clara de um sonho antigo, o delírio consciente de sentir, o leito ardente nos deixando em paz e conectados. Seremos o amor. O amor que nesta folha talvez seja só mais um palavra que precise ser escrita. Não consigo escrever você. Fico satisfeito de poder tentar, e é justo não alcançar tal proeza.
Não é uma “obrigação” sentir saber o que pensas e sentes; querer tê-la e cuidar bem de quem gostamos. É uma necessidade vital, que o sentimento causa e o corpo obedece, ou o corpo causa e a alma aceita. Moderada por fora. Intensa por dentro.
Somos um capricho da Natureza e da natureza de Deus. Sermos tão diferentes e ainda assim, sou capaz de acreditar que tudo vai dar certo e que cada um no seu caminho, o mesmo caminho seguiremos. Onde a arte da distância me ensina a saudade. Quando a arte da convivência compreende a distância e poetiza a rotina.
E esta segunda carta tem um fim simples e sincero. Este fim é você pairando na minha imaginação, e toda imaginação tem os olhos da realidade, mas, o olhar é do sonhador.
Andre Vitor

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