Bases de futuro

A educação é, via de regra, o meio que melhor propicia desde a ascensão profissional de um sujeito até o crescimento de um Estado. Ela torna os indivíduos mais conscientes no que diz respeito à preservação da própria saúde, eleva o seu grau de produtividade no trabalho, sua civilidade no trânsito, sua participação política.
Os benefícios engendrados por uma boa formação escolar e familiar são, sem dúvida, aparentes e indiscutíveis. Fartos dados estatísticos fundamentam essa conclusão.
Entretanto, o que está em pauta não é se a educação é a melhor saída, e sim como fazer para alcançá-la.
É sabido que a população precisa de mais tempo de estudo. Colocá-la no ensino superior é o nosso pensamento imediato. Temos uma cultura que supervaloriza o diploma do “3º grau”, mas que esquece alternativas ilustres como o ensino técnico de nível superior que absorve quase metade dos estudantes nos EUA, por exemplo, e que garante profissionais especializados em determinadas áreas de atuação gastando, porém, quase metade do tempo de um curso superior tradicional.
Teríamos, então, achado o pote de ouro no fim do arco-íris?
Infelizmente não. Olhemos enfim para a situação como é factualmente. Como fará um jovem de baixa renda para ingressar numa instituição pública com uma bagagem de ensino de péssima qualidade? Muitas vezes—e com sorte—a solução é encontrada nas instituições particulares, nesses (crescentes) casos o estudante terá de enfrentar dupla jornada, estudo e trabalho, para bancar as despesas. Enquanto isso, adolescentes vindos de classes mais abastadas preenchem as vagas das universidades públicas, principalmente dos cursos mais disputados.
Mais uma inversão típica do Brasil...
A ineficiência do ensino básico e fundamental da escola pública funciona como uma bola de neve que o ensino médio acaba por coroar e que é refletida nos exames vestibulares. Assim como a casa, o prédio, a ponte, sem os alicerces também o estudante não se sustenta!
Dessa forma, conclui-se que um país não cresce se sua população não se educa, esta só adquire instrução com grande período de estudo, mas só consegue continuar a estudar se tiver uma base escolar sólida. Pode-se construir essa base apenas com oportunidade e incentivo ao saber.
Oportunidade falta aos indivíduos mais pobres. Cultura incentivadora do saber falta a todos os brasileiros—com raras e plausíveis exceções.




Danielle de Souza Gomes - Estudante de Direito do Unipê

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