No dia 20 de Julho de 2007, há quase um mês atrás faleceu no Incor(Instituto do Coração), o senhor Antônio Carlos Peixoto de Magalhães, mais conhecido como ACM ou “Toinho Malvadeza” para os mais íntimos. Este cidadão dominou a política brasileira por quase cinco décadas, mandando e desmandando, nunca suportou ficar do lado fraco da corda, sempre ficou por cima da “carne seca”, sempre na situação e não na oposição, como acontece com a maioria dos políticos brasileiros que conhecem ou passaram pelos dois lados da moeda.Foi Deputado Estadual, Federal, Senador, Prefeito de Salvador e governador da Bahia por três vezes, porém, apenas uma vez eleito pelo povo em 1990. Enquanto durante o regime militar muitos jaziam nas celas do DOI-CODI, a exemplo do jornalista Vladimir Herzog, o senhor ACM bajulava os governos militares dos quais só rompeu laços às vésperas da abertura política entre 1984 e 1985, durante o governo Sarney(1985-90), foi Ministro das Comunicações, durante sua gestão à frente deste ministério promoveu uma farra de concessões de Rádio e Televisão, das quais conseguiu uma retransmissora da Rede Globo na Bahia, uma Rádio e um Jornal diário. Sua fortuna pessoal girava em torno dos R$ 150 milhões de reais, isso para um homem que quando entrou na política era um simples advogado.
Durante o Governo de Fernando Collor de Mello(1990-92), foi seu fiel escudeiro e leal até os últimos momentos daquele governo que findou com sua cassação em Dezembro de 1992. Eleito Senador da República em 1994, conseguiu logo a presidência do Senado e quando da morte de seu filho o Deputado Luís Eduardo Magalhães em 1998, tinha na época tanta influência que o nome de seu filho passou a ser denominação de uma cidade no interior da Bahia, o aeroporto de Salvador, uma represa e um Canal em Campina Grande(PB). Posicionou-se contrário a Transposição de Águas do Rio São Francisco, dizendo que O Rio São Francisco pertence à Bahia e que por isso não admitia tal façanha, mostrando-se indiferente à dor e o sofrimento de 12 milhões de nordestinos e compatriotas e a 85% da população brasileira que são a favor da Transposição.
Em 2001, renunciou ao mandato de Senador da República, acusado de violação do Painel do Senado, e em 2002 retornou ao Congresso Nacional nos braços do povo que o elegeu. Mas já não tinha o mesmo cacife político de antes, perdeu em 2004 a prefeitura de Salvador para Luis Henrique que derrotou César Borges seu afilhado político e em 2006 o golpe mais fatal, quando seu outro afiliado político Paulo Souto perdeu a reeleição ao governo da Bahia para o petista Jacques Wagner. Permaneceu até sua morte no mês passado como um cadáver político, já não tinha o prestígio de antes nem tampouco mandava no seu estado, era apenas uma andorinha solitária. Por essas e outras, digo e repito: Já vai tarde ACM! Espero que o Brasil amadureça politicamente e que coronéis como o senhor ACM não mais dite as regras no nosso país. Estamos no Século 21, precisamos de políticos que olhem o Brasil pra frente e que rompam com este estilo arcaico e ultrapassado de fazer política. ACM nunca mais!!!
Williams Dantas da Silva
Estudante do 7º período de Licenciatura em História
UEPB – Campus III –Guarabira/PB
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