CEF foi autorizada a emprestar R$ 5 bi a construtoras
BNDES abrirá créditos de R$ 12,6 bi para agronegócio
Ministério do Trabalho libera R$ 4 bi para saneamento
Decidido a salvar o PIB de 2009 e a tonificar a candidatura de Dilma Rousseff à sucessão de 2010, o governo mantém abertos os seus cofres.
Num único dia, liberou R$ 21,6 bilhões. Deu-se nesta quinta-feira (17), por meio de três decisões.
Duas delas saíram de uma reunião extraordinária do Conselho Monetário Nacional, na pasta da Fazenda. A outra, foi produzida no ministério do Trabalho.
Eis o que foi deliberado:

1. Minha Casa, Minha Vida: O Conselho Monetário aprovou a abertura de uma linha de crédito de R$ 5 bilhões para construtoras.
Dinheiro barato, com subsídio do Tesouro. Em vez da taxa Selic (11,25%), os tomadores pagarão TJLP (6,25%).
Os empréstimos destinam-se ao financiamento de obras de infraestrutura de um projeto coordenado por Dilma Rousseff: a construção de 1 milhão de casas.
As operações envolverão dois agentes financeiros. O dinheiro vai do Tesouro para o BNDES, que o repassará à Caixa Econômica Federal.
Dos balcões da CEF, a verba vai às arcas das construtoras. Os empréstimos terão prazo 54 meses –18 de carência e 36 de amortizações.
Estima-se que, ao final do processo, os subsídios embutidos nos financiamentos consumirão algo como R$ 480 milhões do erário.
Noves fora a verba destinada aos novos empréstimos, o ministro Márcio Fortes (Cidades) abriu os olhos dos secretários de Habitação dos Estados.
Em encontro realizado em São Paulo, o ministro lembrou que há no Orçamento da União R$ 1 bilhão em verbas velhas. O bilhão tem de deixar os cofres de Brasília em 2009.
É dinheiro destinado às moradias populares. Mas nada tem a ver com o “Minha Casa, Minha Vida”. Vem do FNHIS (Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social).

2. Agronegócio: Em sua reunião extraordinária, o Conselho Monetário também autorizou a abertura de créditos para agronegociantes, produtores de álcool e cooperativas.
Tudo somado, chega-se à cifra de R$ 12,6 bilhões. Neste caso, o balcão financeiro está instalado no BNDES.
O grosso do dinheiro (R$ 10 bilhões), vai para frigoríficos e firmas dos setores de aves, suínos e carne bovina.
Empréstimos a juros de mercado (Selic de 11,25%). Prazo de 24 meses –12 de carência e 12 para as amortizações.
Trata-se de um socorro do governo à agroindústria, que padece os rigores da crise financeira internacional.
Outros R$ 2,3 bilhões referem-se a créditos à industria sucroalcooleira –R$ 1,3 bilhão do BNDES e R$ 1 bilhão do Banco do Brasil. Em ambos os casos, com taxa Selic.
O objetivo é financiar a estocagem da produção de álcool durante a safra de 2009.
De resto, liberaram-se R$ 300 milhões tonificar uma linha de crédito destinada a cooperativas Rurais. Com isso, a linha subiu de R$ 1,7 bilhão para R$ 2 bilhões.

3. Saneamento e transporte urbano: O ministro Carlos Lupi (Trabalho) anunciou a abertura de duas linhas de crédito. Juntas, somam R$ 4 bilhões.
Dinheiro proveniente do FGTS. A maior parte do bolo (R$ 3 bilhões) vai para empresas de saneamento.
Financiará projetos variados: abastecimento d’água, esgotamento sanitário, saneamento, manejo de águas pluviais e de resíduos sólidos, por exemplo.
O resto (R$ 1 bilhão) será emprestado a fabricantes de ônibus e de micro-ônibus. Deseja-se estimular a renovação da frota que serve ao transporte urbano.
Os agentes financeiros serão a CEF e o BB. Não foram divulgados detalhes como a taxa de juros e o prazo dos financiamentos.
Ao fazer o anúncio, Lupi disse que o dinheiro é pouco. Mas avisou avisou que, em 2010, tem mais.
"R$ 4 bilhões pode ser pouco, mas é melhor que zero. E é só o começo, é para 2009...”
“...Vamos ver agora qual o desenvolvimento dessa linha de crédito. Dando certo, e acredito que dará, no ano que vem podemos reforçar e aumentar esse limite".

A prodigalidade financeira do governo deve ter um novo capítulo nesta sexta (17).
Depois de reunir-se com Lula, o governador Eduardo Campos (Pernambuco) informou que o ministro Guido Mantega (Fazenda) anunciará um socorro aos Estados.
Virá, segundo ele, por duas vias: créditos de bancos oficiais –coisa de R$ 4 bilhões. E antecipação de repasses do Fundeb, o fundo nacional de Educação.
blog do josias
Se confirmado, o refresco aos Estados chega nas pegadas da já anunciada "compensação" de R$ 1 bilhão oncedida aos municípios.

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