Israel está preparado para guerra com Irã, diz vice de Netanyahu

da Reuters, em Hizbollah

Israel está preparado para travar guerra com o Irã, disse nesta segunda-feira um vice do premiê Benjamin Netanyahu, em raro rompimento da postura discreta de seu governo, no momento em que governos estrangeiros tentam frear os planos nucleares de Teerã.

Pelo fato de ter liderado ataques contra militantes no vizinho Líbano e nos territórios palestinos, a força aérea israelense dominou as técnicas necessárias para quaisquer possíveis ataques futuros contra alvos iranianos, disse o vice-primeiro-ministro Moshe Yaalon.

"Não há dúvida de que as capacidades tecnológicas aprimoradas nos últimos anos aumentaram o alcance e a capacidade de reabastecimento aéreo de nossas forças, e promoveram uma melhora maciça na precisão da inteligência e dos armamentos pesados móveis", disse Yaalon em uma reunião de líderes e especialistas militares realizada nos arredores de Tel Aviv.

"Essa capacidade pode ser usada em uma guerra contra o terror em Gaza, uma guerra contra foguetes do Líbano, uma guerra contra o exército sírio convencional e também para uma guerra contra um Estado periférico como o Irã", disse Yaalon, ex-chefe das forças armadas.

Israel, visto como tendo o único arsenal atômico do Oriente Médio, bombardeou o reator nuclear do Iraque em 1981 e lançou um ataque semelhante contra a Síria em 2007.

Mas suas ameaças veladas contra o Irã vêm sendo questionadas por alguns analistas independentes, para os quais os alvos potenciais são muito distantes, dispersos, numerosos e bem vigiados para serem atacados por aviões de guerra israelenses agindo sozinhos.

Líderes de Israel raramente usam o termo "guerra" quando discutem publicamente como lidar com o Irã, cujo programa frequentemente sigiloso de enriquecimento de urânio, projetos de mísseis de longo alcance e discurso hostil são vistos pelo Estado judaico como ameaça mortal.

Sanções

Endossando oficialmente os esforços das potências do Conselho de Segurança da ONU para intensificar as sanções contra Teerã, que nega ter intenções hostis, Netanyahu e outras altas autoridades israelenses geralmente falam em termos indiretos sobre a necessidade "de manter todas as opções sobre a mesa."

Em declarações separadas, outro vice-primeiro-ministro, Dan Meridor, disse que "ainda há tempo" para a diplomacia funcionar. Ele buscou minimizar o interesse de Israel em ter o Irã freado, dizendo que é um desafio global.

"Se, ao final do dia, o Irã se nuclearizar de fato, apesar do que a América diz e quer, isso terá graves implicações para a ordem mundial, o equilíbrio de poder e as regras do jogo", disse Meridor, que, como Yaalon, pertence ao conselho de sete membros que assessora Netanyahu.

Em discurso perante o Instituto Fisher de Estudos Estratégicos do Ar e do Espaço, Yaalon foi mais intransigente, dizendo que Israel já trava uma guerra por procuração contra o Irã, devido ao fato de o Irã patrocinar a guerrilha libanesa do Hizbollah e o movimento islâmico palestino Hamas.

"Olhando para a situação como um todo, não há dúvida de que já estamos em um confronto militar com o Irã", disse ele. "O Irã é o principal motivador daqueles que estão nos atacando."

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