Grupo ligado à Al Qaeda reivindica ataques que mataram 74 em Uganda


DE SÃO PAULO

O grupo islâmico radical somali Al Shabab, ligado à rede terrorista Al Qaeda, reivindicou nesta segunda-feira os dois atentados contra torcedores que mataram ao menos 74 em Campala, capital de Uganda. A polícia já suspeitava do grupo, que ameaçara há dois dias uma ação terrorista em Campala e e na capital de Burundi, Bujumbura, por por participarem da missão de paz da União Africana na Somália.



O porta-voz do Al Shabab, Sheik Ali Mohamud Rage, disse que o grupo levará os ataques "contra nosso inimigo onde quer que ele esteja". "Ninguém vai nos deter de realizar nosso dever islâmico".

O Al Shabab, que sofre cada vez mais influência de militantes estrangeiros veteranos do Afeganistão e Iraque, ameaçava há tempos um ataque fora da fronteira somali, mas os atentados da noite deste domingo em Uganda são os primeiros.

A confirmação da autoria do grupo somali levanta preocupações sobre a capacidade e os motivos do Al Shabab, que os Estados Unidos consideram organização terrorista.

ATAQUE

O duplo atentado é o mais violento cometido na África oriental desde os ataques sucedidos contra as embaixadas americanas no Quênia e na Tanzânia, em 7 de agosto de 1998, que mataram ao menos 240 pessoas.

A primeira bomba foi detonada às 22h55 (16h55 em Brasília) no restaurante Vila Etiópia, no sul da capital de Uganda. Cerca de 20 minutos depois, duas bombas simultâneas atingiram os torcedores que viam a final entre Espanha e Holanda da Copa do Mundo no Lugogo Rugby Club.

No principal hospital de Campala, dezenas de pessoas procuravam por seus familiares. Muitos dos feridos eram atendidos nos corredores, diante da falta de recursos e da superlotação.

Com sua camiseta manchada de sangue, Collins Zziwa passava pelos corredores em busca de um amigo que não apareceu mais. Poucas horas antes, ele estava com um grupo de amigos em frente à TV do clube de rugby.

Zziwa contou que poucos minutos antes do fim do segundo tempo ouviu duas explosões que transformaram a festa em uma tragédia. "Quando ocorreu a explosão, cai e quando estava levantando ouvi uma segunda explosão", disse.

VÍTIMAS

A polícia diz que as vítimas incluem ao menos dez etíopes, além de indianos e congoleses. O grupo de ajuda humanitária Invisible Children, com base na Califórnia (EUA), disse que o americano Nate Henn está entre os mortos no clube de rugby.

Vários americanos de uma igreja na Pensilvânia ficaram feridos no ataque, incluindo Kris Sledge, 18. Ele declarou da cama do hospital que estava 'feliz por estar vivo'.

O presidente americano, Barack Obama, condenou o que chamou de ataques covardes e deploráveis e disse que Washington está pronto para ajudar Uganda a caçar os responsáveis.

O presidente de Uganda, Yoweri Museveni, afirmou nesta segunda-feira que os terroristas deveriam combater soldados e não "pessoas que estão apenas se divertindo". "Iremos atrás deles, onde quer que estejam. Procuraremos por eles e os capturaremos, como sempre fazemos".

COM AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

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