Paraíba: bandidos criam ‘mapa do terror’


Paraíba: bandidos criam ‘mapa do terror’
Bandidos criam ‘mapa do terror’ de ataques a bancos na Paraíba

A vida do aposentado Antônio Cordeiro de Lira, de 65 anos, mudou desde o dia 4 de maio deste ano. Depois de nascer e viver até hoje no município de Caturité, localizado a 133 quilômetros de João Pessoa, que abriga pouco mais de 4,6 mil habitantes, ele viu o medo e a destruição provocada por bandidos apavorarem a cidade, ao explodirem a agência do Banco do Brasil, na rua João Queiroga, Centro da cidade, e roubarem R$ 185 mil do local.

De lá para cá, conforme o próprio aposentado, “ninguém teve mais sossego e a ilusão de que a cidade era tranquila”. Mas a ação dos criminosos em Caturité não foi isolada este ano na Paraíba. De janeiro até hoje, quadrilhas interestaduais de criminosos que atuam de forma organizada já causaram prejuízos com 35 ataques a agências e postos de atendimento de instituições bancárias públicas e privadas, conforme dados coletados junto à Polícia Federal e um levantamento feito pelo Jornal da Paraíba.

Foram dez explosões, sete assaltos, sete arrombamentos e onze tentativas praticadas contra bancos públicos e privados no Estado. Segundo o Sindicato dos Bancários da Paraíba, foram 55 ações entre assaltos, sequestros e saidinhas de banco durante os 12 meses do ano passado.

Os crimes se alastraram por todas as regiões do Estado, desenhando um ‘mapa de terror’ no interior paraibano. “A gente fica com medo porque sabe que a qualquer momento pode acontecer de novo. Ainda lembro da explosão e do barulho durante a madrugada”, observa a funcionária pública Orlene Feitosa.

Nos últimos casos registrados, praticados nas cidades de Aroeiras, Umbuzeiro, Serra Branca e Pilar, respectivamente, as ações impressionaram pela agilidade e violência com que agiram os criminosos. Em Aroeiras, Umbuzeiro e Pilar as agências foram explodidas em um intervalo inferior a 48 horas; enquanto que em Serra Branca um bando formado por 12 homens invadiu a agência e roubou malotes contendo cerca de R$ 700 mil.

Para a polícia, os ataques estão sendo executados por grupos distintos que estariam agindo no Estado, mas que podem ter ramificações conjuntas e ‘operariam’ com mentores interligados. “No caso dos explosivos essa é uma nova modalidade que vem sendo adotada pelos criminosos, por ser mais prática e eficiente. A gente trabalha com a hipótese de estarmos diante de grupos distintos, até porque esse tipo de ação está ocorrendo também em outros Estados vizinhos, como é o caso de Pernambuco e do Ceará”, observou o delegado geral da Polícia Civil paraibana, Canrobert Rodrigues.


Jornal da Paraíba

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