Homem chama vendedora de acarajé de "negrinha" e vai preso na Bahia



MATHEUS MAGENTA
DE SALVADOR

O dono de uma barraca de praia em Salvador, Ângelo Raphael Lancellotti Neto, foi preso anteontem na capital baiana por suspeita de injúria racial e lesão corporal contra uma vendedora de acarajé.

Em depoimento à polícia, Marilene Pereira dos Santos afirmou que o empresário a chamou de "negrinha", jogou seu celular na areia e a empurrou. Ela passou por exame de corpo de delito.

Neto, que continua preso, nega os crimes. Segundo ele, a discussão começou porque ele ficou incomodado com a sujeira de acarajés e abarás nas mesas da barraca. "O meu pessoal que trabalha junto comigo há 18 anos é negro e pardo. O problema do preconceito é que eu sou paulista, com muito orgulho, graças a Deus", afirmou em entrevista a uma emissora local.

Como o crime de racismo é inafiançável, o empresário ficará preso até decisão judicial sobre o caso.De acordo com o artigo 140 do Código Penal, "se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência", a pena varia entre um e três anos de prisão e multa.

O caso está sendo investigado pelo delegado Jorge Brás Coutinho, da 12ª Delegacia de Polícia (Itapuã).

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