DA BBR BRASIL
O Paquistão emitiu neste sábado um alerta vermelho depois que as enchentes que devastaram áreas no norte do país atingiram a província de Sindh, no sul.
As autoridades já evacuaram mais de meio milhão de pessoas que vivem perto do rio Indus e centenas de vilas foram inundadas.
As piores enchentes em 80 anos já mataram pelo menos 1.600 pessoas e afetaram outras 12 milhões.
K.M.Chaudary-06ago.10/AP | ||
Paquistanês carrega bode nas costas para fugir de inundação na vila de Mehmud Kot, no centro do Paquistão |
O presidente paquistanês, Asif Ali Zardadi, rebateu críticas de que deveria voltar de uma longa viagem ao exterior para lidar com a tragédia.
Em entrevista à BBC, Zardadi disse que seu gabinete está coordenando os esforços de ajuda aos afetados e que ele está sendo mantido informado sobre a situação.
"Eu sou quem deu todos os poderes da presidência ao Parlamento. O Parlamento está em sessão, o Senado está em sessão. É responsabilidade do primeiro-ministro e ele está cumprindo sua responsabilidade", disse.
O presidente afirmou que garantiu promessas de ajuda dos países que visitou até agora, os Emirados Árabes Unidos, a França e o Reino Unido.
PRIORIDADES
A agência meteorológica do Paquistão previu mais chuvas fortes para a província de Khyber-Pakhtunkhwa, no noroeste do país, que já foi bastante afetada.
A região está apenas na metade da temporada anual de monções.
Todos os helicópteros entregando ajuda e resgatando sobreviventes na área foram proibidos de voar por causa do mau tempo.
Em um pronunciamento na televisão, o primeiro-ministro Yousuf Raza Gilani apelou por ajuda.
"Eu pediria à comunidade internacional que ajude e apoie o Paquistão a aliviar o sofrimento de seu povo afetado pela enchente", disse.
Autoridades dizem que 650 mil casas foram destruídas, 557 mil hectares de plantações inundados e mais de 10 mil vacas morreram.
Uma autoridade da ONU para a Coordenadoria de Questões Humanitárias, Manuel Bessler, disse à BBC que com as plantações levadas pelas águas, muitos paquistaneses poderão ser forçados a depender de doações de alimentos para sobreviver ao inverno.
Ele disse que as prioridades imediatas para os desabrigados são água potável e assistência médica.
Correspondentes dizem que com muitas das vítimas acusando o governo de falhar em ajudá-las, o desastre está colocando ainda mais pressão em uma administração que já luta para conter a violência do Taleban e a crise econômica.
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