Renda salarial de R$ 628 deixa a PB com a pior média nacional


Jean Gregório 
Do Jornal da Paraíba

Com remuneração de R$ 628,07, a Paraíba registrou o pior salário médio do país entre os trabalhadores contratados no primeiro semestre deste ano. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), órgão vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego, mostram que nem o crescimento médio de 7,34% do salário em relação ao valor das admissões do ano passado (R$ 587,84) foi suficiente para a Paraíba mudar de posição entre as 27 unidades de federação.

Considerando a média dos seis primeiros meses na admissão, a renda média dos trabalhadores paraibanos do sexo masculino (R$ 628,07) e feminino (R$ 616,31) também ficaram entre as mais baixas do país. O valor pago aos homens registou uma leve superioridade (1,94%) em relação às mulheres. O único Estado do país onde as mulheres ganham mais do que homens é Sergipe. O salário médio delas é de R$ 737,07 e o deles, R$ 639,97.
Entre janeiro e junho deste ano, a Paraíba admitiu 59,7 mil trabalhadores, alta de 20% em relação ao mesmo período do ano passado. Os setores de serviços (16,7 mil), comércio (15,5 mil), construção civil (12,7 mil) e indústria de transformação (12,1 mil) concentram 96% das contratações. Contudo, o saldo de empregos do primeiro semestre (diferença entre admissões e desligamentos) ficou apenas em 1.237 postos.  
De acordo com o Caged, as três piores remunerações médias ficaram também com os estados da região Nordeste. Além da Paraíba, o trabalhador recém contratado do Rio Grande do Norte (R$ 640,57) e do Ceará (R$ 656,59) amargaram as menores rendas na admissão. 
São Paulo lidera
No País, os salários médios de admissão apresentaram um aumento real (descontada a inflação) de 4,86% no primeiro semestre deste ano, na comparação com igual período do ano passado. Nesse intervalo, o valor subiu de R$ 783,08 para R$ 821,13. Na comparação com o salário médio pago da Paraíba, a média nacional é ainda 30% mais alto. O maior salário médio de admissão ficou com os trabalhadores de São Paulo (R$ 993,63). 
Desde 2003, o salário médio de admissão subiu 29,14% no país, passando de R$ 635,85 para R$ 821,13. Segundo o cadastro, a elevação atingiu todas as unidades da federação, com destaque para Rondônia (59,46%), Piauí (55,19%), Maranhão (46,50%) e Bahia (46,14%).
Para o supervisor do Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese-PB), Melquised Moreira, “a baixa remuneração média dos salários da Paraíba é reflexo das atividades econômicas que formam a base que geram o maior número de empregos formais no Estado.
Comércio, serviços e construção civil são normalmente os puxadores de contratações, porém, não agregam valores altos em termos de salários como, por exemplo, os setores de ponta como Tecnologia da Informação (TI), petroquímica e outros segmentos da indústria.

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