Brasileira Lea T. ganha o mundo como primeira "top trans" da moda

VIVIAN WHITEMAN
EDITORA DE MODA

Ela ainda não está no ranking das maiores tops do mundo, mas nas últimas semanas foi um dos nomes mais comentados do universo da moda. Lea T., a mineira de sobrenome misterioso, ganhou páginas nos maiores jornais e revistas do planeta.

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Contratada pela agência top Women e nova musa da Givenchy, grife para a qual desfilou e fotografou campanha, Lea é amiga e assistente de Riccardo Tisci, estilista da marca de luxo.

Os mais maldosos dizem que o T. vem de Tisci, um casamento de mentirinha. Outros dizem que significa "trans". Lea é transexual. Nasceu com corpo de homem, mas se sente mulher.

É filha de Toninho Cerezo, ex-craque do futebol brasileiro, que não gosta de falar sobre a identidade um tanto complexa da moça. Ele ainda a chama de Leandro, nome de batismo da nova top.

	Divulgação
	Lea T. mostra arara de roupas a site (à esq.) e no desfile de alta-costura da grife Givenchy

Nas entrevistas que deu, todas fora do Brasil, Lea se diz solitária, o que atribui à química ruim entre sua anatomia e seus desejos mais íntimos. Diz que fará uma operação de troca de sexo, mas acha que mesmo assim será difícil ter um namorado.

Num vídeo postado no ano passado no site Style Like U, Lea mostra suas roupas preferidas. Na página, é identificada como Leo Cerezo.

Voz baixa, modos delicados, Lea abre as portas do que parece ser um apartamento simples em Milão.

Ela vive na Itália desde menina, graças ao pai, que fez carreira no futebol de lá.

Uma arara com peças de grife: ela conta que não tem dinheiro, mas ganha muita coisa. Sobre a mesa de canto, uma vela branca, ao lado da imagem da Virgem Maria.

"Hoje estou aqui, amanhã posso trabalhar num bar. Vivo um dia de cada vez", diz Lea, uma "it girl" de verdade.