Kremlin compara documentos do WikiLeaks com filme de Hollywood


DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS 

O governo da Rússia comparou nesta segunda-feira os documentos vazados pelo site WikiLeaks --que geraram uma grande polêmica ao revelar segredos da política externa americana-- com um filme de Hollywood. 

"Os heróis inventados de Hollywood dificilmente merecem comentários oficiais", afirmou Natalia Timakova, porta-voz do Kremlin, segundo as agências de notícias russas. 

 
O ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, também minimizou a importância dos vazamentos do portal, especializado em divulgar material confidencial governamental, e negou que os documentos publicados possam afetar as relações entre Rússia e EUA. 

"Isto, claro, é interessante de ler, mas na prática política preferimos nos guiar pelas ações concretas de nossos parceiros", disse Lavrov em Nova Délhi, onde está em visita oficial. 

Os mais de 250 mil documentos divulgados neste domingo (28) pelo WikiLeaks e os trechos que foram publicados pelo jornal espanhol "El País", o francês "Le Monde", o americano "The New York Times", o britânico "The Guardian" e o alemão "Der Spiegel", oferecem controversos perfis sobre vários políticos. 

Em documentos procedentes de Moscou, o embaixador americano, John Beyrle, escreveu, em outubro de 2009, que a decisão de um possível apoio da Rússia a sanções contra o Irã não dependia do presidente do país, Dmitri Medvedev --comparado a Robin--, mas sim do primeiro-ministro, Valdmir Putin, associado a Batman, em alusão à relação de líder que o segundo exerce sobre o primeiro. 

Putin "será o que tomará a decisão sobre qualquer aplicação das sanções", escreveu. 

Aliado tradicional do Irã, a Rússia acabou aprovando a proposta dos EUA de novas sanções da ONU (Organização das Nações Unidas) contra o país persa. 

Além disso, o material divulgado descreve Putin como um político autoritário e machista, o que explicaria, segundo os autores, a química com seu colega italiano, Silvio Berlusconi. 

As mesmas fontes mencionam que, apesar do chefe do Governo e ex-presidente russo desfrutar de supremacia frente às demais figuras públicas da Rússia, está enfraquecido por uma burocracia que ignora suas ordens com frequência.

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