ONU diz que situação na Costa do Marfim é "alarmante"

DA EFE, EM GENEBRA
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS



A situação humanitária na capital financeira da Costa do Marfim, Abidjã, é "alarmante", com um grande número de corpos pelas ruas, bairros inteiros sem água e eletricidade e com escassez de alimentos, advertiu a ONU nesta sexta-feira.

No oeste do país, a situação não é melhor, e o porta-voz da alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Rupert Colville, confirmou hoje que foram encontrados os corpos de 244 marfinenses da etnia guere na cidade de Duekoué.

Os mortos apoiavam o ex-presidente Laurent Gbabgo e teriam sido assassinados durante os dias 28 e 29 de março, quando as forças do presidente eleito, Alassane Ouattara, tomaram o controle dessa cidade, disse o porta-voz.

Emmanuel Ekra/AP
Soldados franceses retiram pessoas de hotel em Abdijã; ONU diz que situação é alarmante
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Os cem corpos foram descobertos nas últimas 24 horas, o que eleva o número total para 244 vítimas, acrescentou Colville, dizendo que algumas destas pessoas teriam sido queimadas vivas.

"Abidjã, com 5 milhões de habitantes, está ameaçada pela falta de produtos para o tratamento de água, o que poderia levar a que no próximo domingo falte água potável", disse, por sua vez, Elizabeth Byrs, porta-voz do Escritório de ajuda humanitária da ONU (Ocha).

Ela acrescentou que "muitos hospitais e clínicas simplesmente pararam suas atividades, e os que não fecharam, não têm médicos suficientes, remédios nem outros materiais básicos". Byrs disse que a assistência humanitária em Abidjan é mínima devido à falta de acesso e ao perigo.

Por sua vez, o porta-voz da Organização Internacional das Migrações (OIM), Jean-Philippe Chauzy, assinalou que não se tem notícias de cerca de 3.000 imigrantes malinenses, entre eles muitas mulheres e crianças, que estavam há duas semanas refugiados no porão da embaixada de Mali, sem água nem eletricidade.

Algumas informações do começo desta semana tinham indicado que muitos destes imigrantes tinham sido feridos por balas ou por golpes de facão em ataques realizados por homens armados partidários de Gbabgo.

A OIM diz também estar preocupada com o destino de cerca de 450 mauritanos que se refugiaram em sua embaixada em Abidjã.
Editoria de Arte/Folhapress
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