A interação entre diversas linguagens implementa uma nova pratica pedagógica

A interação com diversas linguagens é não apenas condição de comunicabilidade, como também apropriação de conhecimentos e, consequentemente, de desenvolvimento cognitivo.

Entre essas linguagens, sem dúvida, a linguagem verbal- a língua falada e escrita- ocupa posição de destaque no universo da comunicação. A leitura e a escrita, mesmo que ampliadas em esquemas altamente sofisticados da informática, ainda são à base de grande parte do conhecimento acumulado pela humanidade, pois é na e pela linguagem verbal escrita que esta registrada a grande maioria dos avanços da humanidade.

Além de ser expressão de identidade nacional, a língua é o instrumento privilegiado para estabelecer relacionamentos sociais no dia-a-dia, ordenar os dados da realidade, “traduzir” as linguagens não verbais, avaliar o dito e o escrito, organizar e registrar conhecimentos adquiridos... Nos dias de hoje, o domínio das formas de comunicação verbal- oral e escrita- instaura-se também como condição para uma atuação mais autônoma e, consequentemente, mais cidadã na sociedade.'' fenomênos históricos, profundamente vinculados á vida cultural e social que contribuem para ordenar e estabilizar as atividades comunicativas do dia- a- dia " ( MARCUSCHI, in: BEZERRA, M Auxiliadora e outros. Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. p. 19). Nessa perspectiva, é possivel ressaltar a situação de produção e de circulação dos textos, para que o aluno descubra no estudo dos recursos linguísticos uma ferramenta que o habilita a fazer escolhas conscientes de linguagem para dar conta de seus própositos de comunicação.

A interação entre diversas linguagens confere um amplo grau de abrangências aos atuais processos de comunicação.Isso exige que nossas concepções sobre os objetos de comunicação sejam revistas, para podermos implementar uma nova prática pedagógicas. Alterou-se substancialmente a noção de texto que durante muito tempo orientou a formação de um leitor/ produtor de textos mais proficiente.

texto (do latim textus, tecido) é toda construção cultural que adquire um significado devido a um sistema de códigos e convenções: um romance, uma carta, uma palestra, um quadro, uma foto, uma tabela são atualizações desses sistemas de significados, podendo ser interpretados como texto”

Antes entendido como objetos essencialmente lingüísticos, os textos passaram a ser vistos como objetos de comunicação que comportam vários tipos de linguagem.

Acatar a concepção de texto como construção cultural implica aliar a prática da leitura o compromisso de criar condições par que o aluno se aproprie, paulatinamente, de universos de conhecimento que o auxiliem a estabelecer múltiplas relações para melhor desenvolver sua competência leitora.

De maneira abrangente, podemos identificar como competência leitora ou sociocomunicativa a capacidade para perceber as diferenças na organização dos textos. Cada um de nós desenvolve diferentes formas de “ver” o mundo, inclusive o mundo das palavras. Também no uso da linguagem adquirimos certas habilidades enquanto vamos aprendendo a falar e a escrever aprendemos também comportamentos linguíticos, ou seja, o que pode, ou deve ser dito, o que não pode, ou não deve ser dito, em qual situação, embora competências sociocomunicativa sejam aprendidas intuitivamente junto com as palavras e as estruturas sintáticas de uma língua, elas não são apenas intuitiva ou inconsciente: também podem- e devem – ser ensinada na escola, ou fora dela.

Sabemos também, por nossa experiência linguítica e conhecimento de mundo, que em algumas situações os textos devem ser escritos, noutras devem ser faladas ( ou orais); em outras ainda, é indiferente se a modalidade é escrita ou oral. Também os diversos gêneros textuais são realizados por textos orais ou por textos escritos.

O contato com textos no nosso dia-a-dia exercita nossa capacidade de reconhecer os fins para os quais este ou aquele texto é produzido. O nível de linguagem, o jogo entre conteúdos explícitos e implícitos, o respeito às relações de interlocução tornam, assim, um texto adequado ou não a sua situação de produção/leitura. Essas são características que definem o uso de um determinado gênero. Ninguém com um certo desenvolvimento da competência sociocomunicativa pensaria, por exemplo, em escrever um requerimento para pedir que lhe fosse passada a jarra de água à mesa do jantar- a não ser que se tratasse de uma brincadeira. A modalidade escrita e o gênero textual seriam inapropriados para a ocasião. Percebe-se ser, assim, impossível desvincular o gênero textual da situação em que é utilizado o texto. Temos aqui um critério de caracterização de gênero textual: gênero é mais uma questão de uso do que de forma lingüística.

Embora todos nós sejamos capazes de ter intuitivamente desenvolvida essa competência sociocomunicativa, juntamente com a aquisição da língua materna, nossa vida adulta em um mundo letrado exige refinamentos na identificação dos gêneros que devem vir juntamente com o aprendizado sistematizado das regras da língua materna, nossa vida adulta em um mundo letrado exige refinamentos na identificação dos gêneros que devem vir juntamente com o aprendizado sistematizado das regras da língua e da elaboração textual. As dificuldade surgem porque nem todos os gêneros são construídos em situações tão facilmente identificáveis como a da anedota ou a do requerimento à mesa do jantar, exemplificadas acima.

Se considerarmos a língua falada e escrita como objeto de ensino, suas especificidade precisam ser reconhecidas, estudadas, delimitadas, especialmente no espaço escolar.


Danylleny Monterio Barbosa

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